Por João Paulo Madeira, in Sol
30 mil famílias portuguesas já deixaram de pagar as prestações dos empréstimos relativos à sua habitação, estudando agora com os bancos o modo de resolver o problema. As instituições de crédito contactadas pelo SOL foram unânimes em dizer que «privilegiam a negociação com o cliente»
Mesmo com a descida das taxas de juro, o endividamento excessivo continua a fazer mossa nos orçamentos familiares. Pela primeira vez, a DECO – Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores está a receber pedidos de ajuda em que os salários em atraso são a causa da asfixia financeira. Segundo contas do SOL, há cerca de 30 mil famílias que deixaram de pagar a prestação da casa.
A estimativa baseia-se no cruzamento de dados do Banco de Portugal (BdP) e do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em Fevereiro, havia 1,665 mil milhões de euros de crédito para habitação de cobrança duvidosa (ou seja, que não eram pagos há mais de três meses). Como o montante médio de dívida no crédito à habitação é de 55.134 euros, segundo o INE, chega-se às 30 mil famílias em incumprimento, num total de 1,9 milhões de contratos.
Aplicando o mesmo raciocínio aos números de Fevereiro de 2008, verifica-se que, nessa altura, havia 25 mil famílias com prestações da casa em falta, o que mostra um aumento de 20% num ano. Mesmo com a descida da Euribor desde Outubro do ano passado, o incumprimento não parou de aumentar.
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