Fátima Mariano*, *com Agência Lusa, in Jornal de Notícias
Conclusão da Rede Nacional antecipada para 2013, três anos antes do inicialmente programado pelo Governo
Em 2010, serão criadas residências de cuidados continuados em saúde mental, para doentes que estão há muito tempo internados "em condições pouco dignificantes". A medida foi ontem, segunda-feira, anunciada pela ministra da Saúde.
Ana Jorge encerrou o seminário intitulado "Cuidados Continuados Integrados - Presente e Futuro", que decorreu ao longo de todo o dia de ontem na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa, e durante o qual se fez o balanço dos primeiros três anos da criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e se debateram os caminhos a seguir no futuro.
"Estas residências serão adaptadas ou construídas de raiz, a partir do próximo ano, no âmbito da reforma da Saúde Mental", disse. O objectivo, acrescentou, é devolver ao doente "as vertentes de pessoa humana e de cidadão".
No seu discurso, a ministra da Saúde referiu também que a conclusão desta rede foi antecipada de 2016 para 2013. Assunto sobre o qual também se manifestou a ministra do Trabalho e da Solidariedade, Helena André, que presidiu à cerimónia de abertura do referido seminário.
"O Governo estabeleceu um objectivo bastante ambicioso, de concluir a cobertura nacional da rede e antecipar para 2013 as metas que tinham sido inicialmente definidas para 2016", disse Helena André.
Para essa data estava prevista a existência de 50 equipas domiciliárias de suporte em cuidados paliativos (para doentes terminais) - hoje, existem apenas três -, equipas de gestão de altas em cada um dos 90 hospitais públicos e 2782 camas de convalescença, mais 2700 do que as actuais.
De acordo com a coordenadora da RNCCI, Inês Guerreiro, ainda há mais de mil pessoas em lista de espera. "Há uma grande carência de resposta a esta população", porque "este nível de cuidados não existia nem no Serviço Nacional de Saúde, nem na Segurança Social".
Ana Jorge considera que as equipas de gestão de alta são muito importantes, uma vez que não há camas suficientes para os doentes que necessitam deste tipo de cuidados. "Estas equipas têm cada vez mais capacidade de intervirem nos hospitais de uma forma autónoma", afirmou.