in Jornal Público
As instituições particulares de solidariedade social,o chamado "terceiro sector", já empregam mais de 15 mil pessoas, só no distritodo Porto
As instituições particulares de solidariedade social (IPSS) do distrito do Porto cresceram 10 por cento nos últimos dois anos de crise e já empregam mais de 15 mil trabalhadores, disse ontem à Lusa fonte do sector.
"O "terceiro sector" já emprega mais de 15 mil trabalhadores só no distrito do Porto, registando um crescimento de 10 por cento nos últimos dois anos", anunciou a União das IPSS do Distrito do Porto (UDIPSS-Porto), que realiza a 16 de Dezembro o congresso Entre o Passado e o Futuro, sobre o tema A inovação social. De acordo com a fonte, "60 por cento das receitas das IPSS são do Estado, 32 por cento de comparticipações familiares e oito por cento de donativos". Para a UDIPSS-Porto, estes números são "preocupantes, pois criam uma excessiva dependência do Estado".
"Daí ser importante dotar as IPSS de melhores meios de gestão e capacidade de gerar fundos próprios. Caso contrário, continua a ser Lisboa a decidir o tipo de assistência social que acontece no Porto ou em qualquer lado", realçou a fonte.
O crescimento das IPSS no distrito do Porto, no contexto de crise, "enquadra-se nas ideias de inovação social propostas pela UDIPSS-Porto, mas qualquer pessoa pode também dar o seu contributo, com ideias inovadoras para o sector, no site" do congresso (www.entreopassadoeofuturo.org). Os autores das duas melhores ideias serão convidados a apresentá-las no congresso, que vai decorrer na Fundação Cupertino Miranda, no Porto, e cujas inscrições estão abertas a instituições ou particulares de qualquer região.
A inovação social e o desemprego, Os media e os gestores sociais, Plataformas colaborativas, O papel das incubadoras na inovação social, Estratégias de promoção da participação e do voluntariado e Criatividade na gestão são os temas em debate no encontro. O congresso contará com intervenções do bispo do Porto, D. Manuel Clemente, dos presidentes da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), padre Lino Maia, da UDIPSS, Artur Carvalho Borges, e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Carlos Lage, e da vereadora da Câmara do Porto Guilhermina Rego.
A sessão plenária será moderada pela jornalista Laurinda Alves e contará com as participações de Diogo Vasconcelos, da Cisco, Joaquim Azevedo, da Universidade Católica, Miguel Seabra, da plataforma HUB Porto, e João Meneses, da associação Tese.