Maria João Morais, in Jornal de Notícias
O ministro grego das Finanças, George Papaconstantinou, afirmou ontem que a "Grécia enfrenta problemas maiores" comparativamente com Portugal e Espanha. Embora entenda que os três países estão "no mesmo barco", o responsável escusou-se, no entanto, a apontar Portugal ou Espanha como possíveis Estados a precisar de apoios no futuro.
Depois de se reunir com os restantes ministros das Finanças da União Europeia em Madrid, o responsável grego falou aos jornalistas sobre a possibilidade de activação do plano de resgate desenhado pela UE. Papaconstantinou garantiu, contudo, que não irá "anunciar antecipadamente uma decisão que pode acontecer ou não", preferindo esperar pela definição concreta do tipo de ajudas que poderão ser disponibilizadas.
O ministro confirmou que o Governo helénico iniciará conversas com os representantes da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional a partir de amanhã, em Atenas, onde será discutido o programa de ajudas. Em causa está a possibilidade dos países da Zona Euro colocarem à disposição do país cerca de 30 mil milhões de euros.
Os ministros da Economia e Finanças da UE (Ecofin) reunidos em Madrid, decidiram adiar a implementação de um fundo anti-crise financiado pelos próprios bancos. De acordo com Elena Salgado, ministra espanhola, "não houve um consenso total sobre que instrumento escolher" para prevenir os custos de futuras crises. A proposta, feita pelo comissário europeu para o mercado interno, Michel Barnier, colheu resistência por parte dos governadores dos bancos centrais. Segundo Jean-Claude Trichet, presidente do BCE, é importante evitar "colocar em causa a recuperação".
De qualquer das maneiras, Salgado frisou que os fundos anti-crise nunca deverão ser vistos pela banca como um seguro para viabilizar riscos.

