Por Catarina Gomes, in Jornal Público
Europeus apontam como principais riscos nos hospitais as infecções e os erros de diagnóstico
Os portugueses são dos povos europeus que acham que correm mais riscos quando recebem cuidados de saúde. Estão em sétimo lugar na União Europeia a 27, revela um inquérito Eurobarómetro especial sobre segurança do doente e qualidade dos cuidados de saúde encomendado pela Comissão Europeia e divulgado ontem. Treze por cento diz mesmo que já sofreu, ou algum membro da família, "efeitos indesejáveis" em consequência de cuidados de saúde, ainda assim metade da média europeia.
Estima-se que entre oito e 12 por cento dos doentes que dão entrada nos hospitais europeus sejam vítimas "de efeitos indesejáveis". Dados do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças apontam para cinco por cento de infecções hospitalares que resultam em 37 mil mortes anuais. O objectivo do Eurobarómetro foi tentar saber que percepção têm os europeus sobre a segurança dos cuidados que recebem.
Os mais receosos quanto a cuidados hospitalares são os gregos, seguidos de cipriotas, letões, polacos, belgas, franceses e portugueses. Os mais confiantes são os austríacos, finlandeses, alemães e espanhóis. Os portugueses mantêm-se em sétimo lugar quando a pergunta é sobre cuidados de saúde prestados fora dos hospitais (o que inclui as farmácias), revela o inquérito realizando entre 11 de Setembro e 5 de Outubro do ano passado, num total de 26.663 entrevistas (em Portugal foram 1009).
São 26 por cento os europeus que dizem que já sofreram, ou alguém da família, danos em consequência de cuidados de saúde. No topo dos riscos que mais os preocupam nos cuidados hospitalares estão as infecções, os erros de diagnóstico, os erros de medicação, os erros cirúrgicos e as falhas de equipamentos médicos.
O inquérito também perguntou aos europeus como avaliam a qualidade dos cuidados de saúde no seu país: 42 por cento dos portugueses consideram que é boa, bastante abaixo da média europeia, que anda nos 70 por cento, 54 por cento dos lusos acham mesmo que o seu sistema de saúde é pior do que o dos outros países comunitários.