Lurdes Ferreira, in Jornal Público
A União Europeia poderá criar 2,15 milhões de empregos até 2020 caso opte por consumir apenas energia renovável, afirma o Conselho Europeu para a Energia Renovável (CEER), em relatório a divulgar hoje e no qual defende que os Vinte e Sete deveriam enveredar por um sistema energético totalmente renovável em 2050.
Em "Repensar 2050", o CEER defende que essa opção teria efeitos positivos em relação às emissões de dióxido de carbono, no abastecimento de energia, com benefícios económicos, ambientais e sociais. Para atingir a meta, a UE teria de investir 963 mil milhões de euros até 2020 e 2,8 milhões de milhões de euros até 2050.
A entidade prevê que o grande aumento das energias renováveis deverá verificar-se na electricidade, com maior procura de eólica e fotovoltaico, e com uma fatia de procura de energia final que pode crescer de 10 por cento em 2020 para 18 por cento em 2030 e 41 por cento em 2050.
Para o aquecimento, que continuará a ser a principal rubrica da procura de energia final em 2050, estima que deverá ser satisfeito com rapidez por parte dos domésticos e empresas com biomassa, solar térmico e geotermia. No bolo do consumo final de energia, deverão chegar a 21 por cento do total em 2030 e a 45 por cento em 2050.
O sector dos transportes é onde se esperam menos mudanças. Primeiro antevê que as novas tecnologias só se farão sentir no pós-2020, "quando entrarão no mercado em escala significativa". O relatório sublinha que a UE poderá chegar a 2050 a consumir 96 por cento de energia renovável "mesmo sem uma política agressiva".