in Correio do Minho
O presidente da Fundação COI (Centro de Ocupação Infantil) do Pinhal Novo afirmou hoje que há cada vez mais desempregados e beneficiários do RSI (Rendimento Social de Inserção) acompanhados por aquela instituição particular de solidariedade social.
“Temos consciência de que todos os dias está a crescer o número de pessoas que vai ao atendimento, entre as 10 e as 16 horas, no posto de controlo - não é muito bonita a palavra, mas no fundo é isso - da sua situação de desempregado a receber o subsídio de desemprego”, disse Carlos Talesso à agência Lusa.
Segundo referiu, o número de desempregados tem vindo a aumentar de forma muito acelerada nos últimos tempos, tal como o número de famílias beneficiárias do RSI.
“Temos protocoladas [no RSI] 170 pessoas, a que correspondem cerca de 600 pessoas dos respetivos agregados familiares, e, neste momento, já estamos com atendimento a cerca de 220 pessoas”, precisou.
De acordo com o responsável da Fundação COI, começam também a apresentar outro tipo de necessidades, como “pedidos de revisão das mensalidades das crianças que frequentam a creche e o pré-escolar, sinónimo de que os pais ficam desempregados ou passam a outras situações de menores rendimentos”.
Carlos Talesso falava à Lusa durante o II Fórum Social de Palmela, dedicado ao tema “Territórios Inclusivos, Acessíveis e Participados”, que decorre hoje e sexta feira, na Biblioteca Municipal.
Segundo o vereador da Ação Social e Saúde e presidente do Conselho Local de Ação Social de Palmela, Adilo Costa, “este II Fórum Social surge na sequência de um outro que se realizou há cerca de um ano e que lançou um conjunto de desafios, no sentido de se analisar as situações de pobreza e exclusão social”.
Esses desafios, acrescentou Adilo Costa, foram lançados em pleno Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social, com o objetivo de perceber o que poderiam fazer os parceiros da rede social no combate à pobreza e exclusão social no concelho de Palmela.
“Há uma situação de pobreza emergente devido à crise social. Há um aumento da pobreza no nosso concelho. É o que dizem os nossos parceiros”, reconheceu.
De acordo com o autarca, os últimos dados disponíveis no Observatório da Pobreza e Exclusão Social no concelho de Palmela referiam uma taxa de desemprego de três por cento e de 13 a 14 por cento de beneficiários do Complemento Solidário para Idosos, bem como a existência de 1300 beneficiários do RSI.
Além de procurar identificar os principais problemas no plano social, o II Fórum Social de Palmela tem também como objetivo a partilha das iniciativas locais promovidas pelos parceiros da Rede Social de Palmela.
O Fórum Social de Palmela, que tem pela primeira vez um painel temático dedicado à acessibilidade e mobilidade como condição para a inclusão e qualidade dos espaços urbanos, conta com representantes dos municípios de Pontevedra e Palência (Espanha) e de Lisboa.
Estes municípios foram convidados a apresentar experiências e projectos implementados nos seus territórios, com vista à criação de cidades mais seguras, acessíveis e inclusivas.