in Jornal Público
Os alimentos que sobrarem de restaurantes e hotéis vão deixar de ser desperdício. Hoje é lançada uma rede que vai alimentar os mais carenciados, uma iniciativa que conta com o apoio do Presidente da República.
Esta é uma “rede de boa vontade que vai juntar instituições de forma discreta”, explicou José Manuel Esteves, secretário-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP). Entre as 15 entidades que já se comprometeram estão autarquias, empresas de distribuição e instituições de solidariedade.
As necessidades dos cidadãos serão quantificadas e qualificadas pela AHRESP, através do Balcão Único Empresarial, enquanto a Associação de Municípios vai dar à rede a informação sobre as carências no seu concelho. Depois, o conjunto de entidades estuda a melhor forma de fazer chegar o alimento a quem tem necessidade.
“O nosso papel aqui é de facilitadores, sabendo que existem mais de 4500 instituições de solidariedade social em Portugal, que actuam sozinhas ou de forma pouco articulada, e que as realidades divergem consoante o território”, avançou José Manuel Esteves.
“Pretendemos congregar as boas vontades anónimas” mas “queremos criar uma onda irreversível que se transforme num tsunami em que todos os cidadãos se revejam e não fiquem de lado.”
“Só vamos fazer um lançamento público porque o Presidente da República fez questão de dar o exemplo de que todos se devem unir [para defender] o direito elementar à saúde pública e à dignidade humana”, acrescentou.
José Manuel Esteves acredita que, no próximo ano, será “impossível que haja alguém em Portugal subnutrido ou a passar fome”.