in Jornal Público
O nome do CESOP ganha visibilidade quando se fala de sondagens eleitorais, mas o seu âmbito vai mais longe. Este ano criou, com o Banco Alimentar, um observatório sobre a pobreza para conhecer os perfis de quem recorre à instituição, sejam organizações ou cidadãos. O projecto estende-se até 2014, mas foi já possível perceber os três tipos de pessoas que pedem ajuda ao banco: "Uma faixa mais velha, com poucas habilitações literárias e com menos condições económicas, mas que não se sente pobre; uma geração intermédia que recorre porque ficou sem emprego; e uma outra mais nova e mais habilitada, habituada a um padrão de consumo mais elevado, e, como o perdeu, considera-se pobre", descreve Rogério Santos. O CESOP realiza também estudos académicos nas áreas da saúde, segurança, especialmente com municípios da área metropolitana de Lisboa para elaborar mapas, e qualificação e satisfação dos transportes públicos. E ainda sobre imigração, como o que está a realizar para a Fundação Gulbenkian.
Para comemorar os seus 20 anos, o CESOP deverá editar no próximo ano três obras de compilação de parte do seu trabalho como observador privilegiado da sociedade portuguesa. Haverá um livro sobre com um traçado dos comportamentos eleitorais desde 1991, quando o centro começou a fazer sondagens eleitorais, outro sobre educação e um outro sobre hábitos culturais e consumo de televisão.
Ainda na área da política, e a propósito das eleições presidenciais, o CESOP vai lançar um curso sobre sondagens e opinião pública no mês de Janeiro em colaboração com a Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica, contemplando questões como a estatística básica, amostragem, técnicas de inquirição, leitura dos resultados de sondagens, tendências de voto e mercado das sondagens.M.L.