Por Aníbal Rodrigues, in Jornal Público
O presidente da Associação de Comerciantes do Porto (ACP), Nuno Camilo, pediu a palavra no final da Assembleia Municipal do Porto de anteontem à noite, para revelar que, entre 2009 e 2010, se perderam 41 mil empregos no comércio tradicional da cidade. Segundo este responsável, o sector empregava 754.000 pessoas em 2009, que passaram a 713.000 em 2010.
Uma vez que a assembleia municipal discutira propostas da CDU e do Bloco de Esquerda (BE) que visavam restringir a abertura das três grandes superfícies que existem no Porto ao domingo, o líder da ACP manifestou-se frontalmente contra a liberalização dos horários autorizada pelo actual Governo e que pode ser limitada pelas câmaras, desde que estas invoquem razões de segurança ou de qualidade de vida dos cidadãos. Para Nuno Camilo, a medida do Governo "aumenta o desemprego", ao contrário do que dizem dados recentes, que apontam para a criação de 3576 novos empregos com a abertura plena das grandes superfícies aos domingos.
A moção da CDU visava recomendar à Câmara do Porto que apenas autorizasse a abertura até às 13h00, ao passo que a do BE preconizava o fecho total, com excepção de Natal e fim de ano. Os dois documentos acabaram chumbados, com os votos contra de PS, PSD e CDS.