Texto Lucília Oliveira, in Fátima Missionária
A Amnistia Internacional assinala o Dia internacional do cigano, com a inauguração da exposição «Auto Cigano», no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa
Portugalanterior seguinte Os ciganos estão em Portugal há mais de 500 anos e serão entre 30 a 50 mil, segundo dados de 2001. Há casos de ciganos perfeitamente integrados na sociedade, a par de comunidades em situações de grande exclusão, nomeadamente as que vivem em acampamentos. O Dia internacional do cigano foi oficializado em 1971, no Congresso mundial de ciganos em Londres, tendo sido aceite pela maioria das associações de comunidades ciganas, com vista à promoção da sua cultura.
«Quarenta anos depois, a situação dos ciganos não melhorou. Apesar de serem uma das maiores minorias na Europa, os ciganos continuam a ser um dos grupos mais sistematicamente excluídos e discriminados em toda a região», salienta a Amnistia Internacional (AI). Esta discriminação, adianta a AI manifesta-se no acesso a bens e serviços básicos, tais como habitação, saneamento, saúde, educação e trabalho. Defende ainda a Amnistia que a falta de representação nas estruturas políticas e administrativas não permite que os ciganos se integrem na sociedade ao mesmo tempo que preservam a sua identidade cultural específica.
"Auto Cigano" é uma mostra do fotógrafo Valter Vinagre, que resultou da sua vivência numa comunidade cigana de Alcobaça em 1999 no âmbito do Projecto FENIX.99, desenvolvido pela Barafunda - Associação Cultural e Juvenil de Solidariedade Social, Benedita. Esteve também presente na Bienal de Porto Santo, por iniciativa da Aministia Internacional e circulará pelo país, até ao fim do ano, com o objectivo de uma maior aproximação do público a esta comunidade. Além da exposição, pelas 18h, no mesmo local, o Padrão dos Descobrimentos, terá lugar uma tertúlia-debate sobre a situação actual dos ciganos em Portugal e no mundo.