Por:Ana Carvalho Vacas, in Correio da Manhã
Maria Cavaco Silva, Primeira-Dama, fala sobre a acção voluntária em altura de crise e a campanha Pirilampo Mágico.
– A campanha do Pirilampo Mágico comemora este ano 25 anos de existência. Quais as perspectivas para esta campanha em tempo de crise?
– O voluntariado é sempre extremamente importante, uma vez que é uma abertura aos outros. Os próximos anos vão ser de crise, o que nos obriga a estar mais atentos aos problemas e carências das pessoas e famílias mais necessitadas. Porém, é nos tempos mais difíceis que se vê a alma dos povos. As dificuldades não podem evitar os pirilampos de voar. Espero que o pirilampo mágico continue a brilhar.
– O actual contexto económico vai-se reflectir no número de pedidos de ajuda?
– Há muito tempo que há um aumento da procura de ajuda. Os níveis do desemprego são trágicos para as famílias, havendo casos em que tanto o marido como a mulher estão desempregados. Actualmente entramos num ciclo vicioso, onde num dia ajudamos os outros e no outro imediatamente a seguir somos nós a precisar dessa ajuda.
– Os portugueses estão mais voluntários?
– Estão mais sensibilizados para a importância e necessidade do voluntariado, não só em Portugal como também no estrangeiro. Ir para fora abre horizontes.
– Quais os desafios do voluntariado?
– Voluntariado é prestar um serviço de manhã à noite. Antes de entrar numa acção voluntária temos de ter consciência do que conseguimos fazer pois, às vezes, achamos que somos capazes de fazer tudo.
– Em nome de algumas associações, pessoas aproveitam-se para extorquir dinheiro. Como avalia esta atitude?
– É uma tristeza, um acto inqualificável. Há sempre oportunistas mas temos de ter a preocupação de exigir sempre a identificação às pessoas que nos abordam ou então dar o nosso contributo directamente às instituições.