9.5.11

A Segurança Social vai acabar dentro de 20 anos?

in RR

Investir numa poupança privada ou aumentar as deduções para a Segurança Social? Dois especialistas dão perspectivas diferentes sobre uma realidade indiscutível.

A Segurança Social ainda não está na falência, mas quase. Segundo as contas do presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), a ruptura é praticamente inevitável em 2028. João Duque não leu nas estrelas: limitou-se a ver quando é que o número de trabalhadores activos será igual ao dos reformados, tornando inviável o financiamento do sistema.

Soluções há várias, mas, no entender deste economista, apenas vão adiar o inevitável. “Podemos prolongar a vida activa das pessoas. Outra alternativa é as pessoas descontarem mais. E a terceira alternativa é cortar benefícios”, indica à Renascença. Por isso, o seu conselho é só um: “Individualmente, aquilo que devíamos fazer todos era poupar, poupar, poupar”.

Uma opinião que não é partilhada pelo presidente da Comissão Justiça e Paz, Bruto da Costa, que se revolta quando lhe apontam os seguros privados como a única saída para uma velhice digna. “Quando se diz que, além da Segurança Social, hoje cada um tem que poupar para ter um seguro privado, eu pergunto: porque é que em vez da poupança não há-de ser um aumento da contribuição para a Segurança Social?”.

Bruto da Costa considera que este reforço, aliado a um alargamento do número de contribuintes e à tributação dos rendimentos do capital, podia salvar o Estado Social.

Em vésperas de mais um Dia Mundial da Segurança Social, e numa altura em que são cada vez menos os benefícios garantidos pelo Estado, confira estas duas visões distantes na reportagem vídeo que se se segue.