por Pedro Reis Ribeiro,in Dinheiro Vivo
O Governo tem uma reserva de mão-de-obra barata de 450 mil pessoas para pôr a trabalhar nas instituições de solidariedade e nas misericórdias, no âmbito do Programa de Emergência Social.
O plano, hoje apresentado pelo ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares, está a contar com a colaboração dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), dos jovens à procura do primeiro emprego e dos desempregados com mais de 55 anos para o esforço do sector social em combater a pobreza.
O número de pessoas com RSI processado ronda os 320 mil, há mais de 40 mil jovens à procura do primeiro emprego e quase 100 mil desempregados com mais de 55 anos. Dá um total de 460 mil indivíduos, os que poderão ser chamados pelo Governo a colaborar com as instituições de apoio social, mediante o pagamento de salários relativamente reduzidos.
"Vamos incentivar a prestação de trabalho socialmente necessário para os beneficiários de algumas prestações sociais, como o Rendimento Social de Inserção, para que possam prestar uma actividade socialmente útil em entidades públicas ou do sector social, garantindo assim a manutenção de hábitos de trabalho, o que terá um efeito multiplicador ao nível das instituições", disse o ministro na apresentação do PES, na Amadora.
Mas o Governo planeia ir mais além nesse recrutamento. O Executivo vai "apoiar, ao nível da administração central e local, os projectos de economia solidária apresentados por IPSS e misericórdias, a saber, aqueles que envolvam a
participação de cidadãos em risco de exclusão social tais como desempregados de longa duração, jovens à procura do primeiro emprego ou beneficiários do RSI em idade activa", diz o programa para a legislatura.
O chamado "subsector solidário", onde estão as misericórdias e IPSS, é responsável por cerca de 180 mil postos de trabalho.