8.9.11

Escolas iniciam novo ano lectivo sob a ameaça da asfixia financeira

Por Natália Faria, in Público on-line

Cortes na Educação estão a obrigar as escolas "a recuar muitos anos", alerta porta-voz de dirigentes escolares.

Menos escolas, menos professores contratados e menos dinheiro para gerir. As contas sobre o arranque do novo ano lectivo fazem-se sobretudo com subtracções. Menos 297 escolas do 1.º ciclo, menos 5000 professores contratados e menos 506,7 milhões para gerir, dos quais cerca de 279 milhões serão retirados ao básico e ao secundário e à formação de adultos.

"Estamos a andar para trás muitos anos. As escolas não vão deixar de funcionar mas estes cortes estão a provocar um recuo que põe em causa a qualidade do trabalho", alertou ao PÚBLICO Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), acrescentando que "não se pode cortar a direito nas escolas sem ameaçar o essencial".

Os constrangimentos financeiros surgem agudizados pelo facto de as escolas ainda não terem recebido "luz verde" do Ministério da Educação e Ciência (MEC) para a contratação de psicólogos e técnicos especializados, o que, sobretudo nas escolas com uma forte componente de cursos profissionais e de educação e formação de jovens (os chamados CEF), complica o arranque do ano. "É, neste momento, o maior constrangimento", critica o dirigente da ANDE, ajudando a perceber por que razão a maioria das escolas protelou até ao limite a abertura de portas (o calendário prevê que arranquem entre 8 e 15 de Setembro mas a maioria só abrirá no último dia).