Dinheiro Vivo
11500 euros a cada português só no primeiro ano. É esta a factura que o banco suíço UBS prevê que terá que ser paga se Portugal abandonar a moeda única. Ou seja, cerca de 40 a 50% do Produto Interno Bruto seria tragado pela saída do euro.
Nos anos subsequentes, a factura já seria mais suave: três a quatro mil euros por português. Já se a Alemanha quisesse regressar ao marco, o banco UBS estima que isso custaria entre 6 e 8 mil euros a cada alemão e cerca de 3500 a 4500 nos anos seguintes.Um mau negócio para todos. Sai mais barato comprometer-se com os resgates de Portugal, Grécia e Irlanda. Mas o que diz ao certo o estudo do UBS?
1. Confederação fiscal precisa-se. No entender dos suíços, o euro vai caminhar, mesmo que lenta e penosamente, para algum tipo de integração fiscal. A probabilidade de a zona euro desmoronar por completo é perto de zero. Nenhum país pode ser expulso, mas pode considerar sair. Claro que a maior parte não fez bem as contas aos custos de tal posição.
2. Os custos económicos. Para os países mais fracos (como Portugal), o custo da saída do euro seria de 11500 euros por cidadão. E isto só no primeiro ano. Depois, a factura caía para os três a quatro mil euros. Qualquer coisa como metade do PIB nacional. A isto há que juntar o colapso do sistema bancário, o default da dívida soberana, a razia nas empresas e o fim do comércio internacional tal e qual o conhecemos.
3. Mais custos económicos. Para os países mais robustos, como a Alemanha, o preço de sair do euro e regressar ao marco podia chegar aos 8 mil euros por cada germânico, também no primeiro ano. Nos anos seguintes a factura deveria situar-se algures entre os 3500 e os 4000 euros por cidadão. Para se ter um termo de comparação, o resgate total a Portugal, Grécia e Irlanda fica por mil euros a cada alemão. E pago só de uma vez.
4. O euro não devia existir (desta forma). Para o UBS,a actual estrutura do euro não funciona e terá que mudar.
5. Custos políticos. A desintegração do euro também teria fortes custos políticos, talvez aqueles que os investidores mais devem temer, bem acima dos económicos. A influência da Europa no mundo desaparecia, enquanto uma entidade única e com uma política também unificada. E há outro ponto ainda mais preocupante: na história moderna não há notícia de alguma desintegração monetária que não tenha conduzido a ditaduras, governos militares e guerras civis.
Fica mais barato patrocinar os resgates aos países da zona euro em dificuldades.


