in Jornal de Notícias
As autoridades europeias interceptaram, nos primeiros nove meses de 2011, quase o dobro dos migrantes ilegais, comparativamente ao período homólogo. Os dados revelam que os migrantes tentaram entrar, sobretudo, pela via marítima em Itália e Malta, devido à Primavera Árabe e ao conflito líbio.
Os dados foram revelados, esta quarta-feira, pela agência europeia Frontex, segundo a qual foram detectadas mais de 112 mil entradas irregulares entre Janeiro e Setembro, contra mais de 76 mil no ano anterior.
Em Março registou-se um pico com cerca de 20 mil intercepções, precisou, numa conferência de imprensa, em Atenas, o director adjunto da Agência de vigilância das fronteiras externas da União Europeia, Gil Árias Fernandez.
Em Outubro, um maior controlo da situação por parte das autoridades tunisinas e líbias, assim como a chegada do mau tempo, fez diminuir em 97%, em relação a Setembro, as passagens pela rota marítima do centro do Mediterrâneo.
Em consequência, o número de migrantes ilegais interceptados na outra principal entrada, a fronteira turco-grega, por onde passaram perto de um terço dos clandestinos nos primeiros nove meses do ano, atingiu, em Outubro, um "recorde absoluto" de 9600, mais 20% que no mesmo mês de 2010, segundo Fernandez.
Em média, 300 migrantes atravessaram diariamente e de forma clandestina aquela fronteira em 2011, disse o director adjunto da Agência de vigilância das fronteiras externas da União Europeia. Gil Árias Fernandez assinalou a "insuficiência dos centros de detenção" de migrantes, tanto na Grécia como na Turquia, e "a ausência ou fracasso de acordos de readmissão" com os países de origem.