in Diário de Notícias
O empresário Belmiro de Azevedo aconselhou hoje o Governo a ter cautela no ajustamento das contas públicas para não criar "miséria" e pediu mais equilíbrio entre a austeridade e o crescimento.
"Precisamos de uma mudança no paradigma com coexistência entre o equilíbrio das contas e o crescimento. O preço a pagar pelo equilíbrio das contas não pode ser a miséria absoluta e um exército de excluídos, mas será se [o ajustamento] for feito sem crescimento", afirmou o fundador da Sonae.
Ainda na sua intervenção no congresso 'O Imperativo do Crescimento', organizado pela CIP - Confederação Empresarial Portuguesa, em Lisboa, o empresário afirmou que a economia portuguesa tem de voltar a apostar no sector privado já que este tem grande margem de crescimento e capacidade de "criar postos de trabalho".
"O Estado tem a obrigação de criar condições para que o sector privado se possa desenvolver", disse Belmiro de Azevedo, considerando que se isso for feito "em 20 anos o mar, a agricultura e a floresta poderão ser trunfos decisivos em termos competitividade", antecipou.
O empresário disse ainda que o país tem de educar as crianças numa "cultura de empreendedorismo e inovação" e pediu à banca para não aplicar os depósitos dos clientes em aplicações de "elevado risco", já que esse dinheiro não é dos bancos, está apenas "à guarda" destes.

