in Público on-line
O presidente do Conselho Económico e Social, Silva Peneda, duvida que a proposta do Governo para aumentar em meia hora o horário de trabalho no sector privado seja importante para criar competitividade nas empresas e admitiu que a proposta pode cair na concertação social.
“Não sei se será uma decisão tão definitiva e tão importante. Tudo depende agora do puzzle que vai ser as negociações. Mas, seguramente, para mim, isso não devia ser factor de divisão. Se tiver de cair, que caia. Pronto. Paciência”, disse Silva Peneda numa entrevista à Antena 1.
“Não penso que isso seja um factor tão fundamental que vá criar a competitividade. Se demonstrar que isso vai criar a competitividade das empresas e aumentar as exportações de um modo muito significativo, muito bem, mas ninguém me pode demonstrar isso. Portanto, eu não acredito”, argumentou.
“Sorte” com os dirigentes sindicais e patronais
Silva Peneda apela à concertação entre os parceiros e diz que Portugal tem muita sorte em ter os líderes sindicais e patronais que tem.
“Portugal tem sorte em ter os dirigentes que tem nos parceiros sociais, tanto da parte sindical como da parte patronal. Aliás, eu sou uma testemunha. E não estou a fazer nenhum elogio de fácil simpatia”, afirmou à mesma emissora de rádio.
“Vejo e constato a forma empenhada como as pessoas discutem os problemas na concertação social e avançam com propostas. Não vejo nenhuma atitude passiva, à espera que as coisas aconteçam por acaso ou pela acção do Divino. Vejo um empenho muito grande”, sublinhou ainda.