17.1.12

Cada vez mais reclusos e mais perigosos

in Diário de Notícias

O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) avisou hoje que estão a aumentar os reclusos nas prisões e que estes são cada vez mais perigosos, enquanto o número de guardas prisionais está a diminuir.

A luta pelo "reforço do efetivo" é um dos principais objetivos da única lista candidata às eleições do SNCGP, que se realizam na quarta-feira. Jorge Alves recandidata-se ao cargo de presidente.

Jorge Alves disse à agência Lusa que vai lutar, nos próximos três anos, pelo "reforço do efetivo, que é cada vez menor", para uma população prisional "cada vez maior e mais perigosa".

Segundo o presidente do SNCGP, desde 2010 que o número de reclusos tem aumentado cerca de 10 por cento/ano, além de serem oriundos de redes organizadas e de gangs, o que se reflete no comportamento que têm nos estabelecimentos prisionais.

Jorge Alves adiantou que está previsto que até meados deste ano entram para a reforma cerca de 100 guardas prisionais.

O sindicalista estima que são necessários mais de 1000 guardas prisionais.

O SNCGP recebeu a promessa, em dezembro, do Ministério da Justiça de que em abril teria início o curso de seis meses para os novos guardas prisionais, mas até à data a Direcção Geral dos Serviços Prisionais (DGSP) ainda não começou a prepará-lo, nomeadamente a contactar os 277 candidatos, que já tinham sido selecionados no início do ano passado.

Outra das batalhas da única lista candidata às eleições para os corpos gerentes do SNCGP é a revisão do estatuto profissional.

Jorge Alves sublinhou a necessidade de uma definição da carreira, numa altura em que a segurança "é cada vez mais complexa".

As negociações com o Ministério da Justiça para alterar o estatuto profissional já começaram e o sindicato espera que até ao final de março estejam concluídas.

Atualmente, existem 4.200 guardas prisionais, 49 estabelecimentos prisionais e cerca de 13 mil reclusos.

O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional tem 3.940 sócios.