10.4.12

OCDE antecipa “ponto de viragem” na zona euro e queda da actividade em Portugal

Por Pedro Crisóstomo, in Público on-line

Os sinais “tímidos” de recuperação antecipados pela OCDE para a zona euro aproximam-se de um “ponto de viragem” da actividade económica. A organização aponta hoje para uma melhoria das perspectivas económicas na moeda única, mas com tendências divergentes entre os 17 países-membros. Portugal deverá continuar em contracção, enquanto Espanha e Grécia poderão apresentar nos próximos meses uma melhoria da actividade.

Nos indicadores compósitos hoje avançados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – que antecipam pontos de inflexão na tendência da actividade económica dos países –, a organização continua a estimar uma contracção da actividade em Portugal.

Os últimos dados, que se referem a Fevereiro, indicam uma queda do indicador de 97,6 pontos para 97,48 pontos face a Janeiro.

Os números da OCDE são divulgados mensalmente para mais de 30 países industrializados e antecipam a tendência da actividade para os meses seguintes (num intervelo entre quatro e oito meses).

Os valores crescentes acima de 100 indicam uma expansão. Quando o indicador diminui, mas continua acima desse patamar, é antecipada uma desaceleração da actividade. Enquanto os valores decrescentes inferiores a 100 indicam uma contracção, os valores crescentes inferiores a 100 antecipam uma recuperação.

Desde Setembro do ano passado que a OCDE prevê uma contracção da actividade económica em Portugal. Até aí, o indicador mantinha-se em queda, mas acima dos 100 pontos.

Já os números para o conjunto da zona euro mostram “um possível ponto de viragem, mas com diferenças entre as quatro principais economias europeias”.

Enquanto Itália e França dão sinal de uma actividade económica “pouco sustentada”, a Alemanha apresenta uma “mudança positiva na dinâmica de retoma”, mas mais frágil do que a OCDE descrevia há um mês. A organização faz ainda referência, no contexto europeu, ao Reino Unido, que não faz parte da moeda única, e para quem antecipa um cenário idêntico ao da Alemanha.

Tal como Portugal, a Itália tem o seu indicador compósito em queda, abaixo dos 100 pontos (recuou de 99,46 em Janeiro para 99,4 pontos em Fevereiro).

Para Espanha, a OCDE aponta para uma expansão, já que o indicador sobe de 101,06 para 101,17 pontos. A Grécia mantém o indicador abaixo dos 100 pontos, mas a OCDE dá sinal de uma recuperação, uma vez que se regista uma subida de 98,09 para 98,17 pontos.

A OCDE nota ainda que, nos Estados Unidos e no Japão (primeira e terceira maiores economias do mundo, respectivamente) os indicadores “continuam a mostrar fortes sinais de dinamismo”.