in Jornal de Notícias
Portugal surge em 25.º lugar na classificação de sistemas de cuidados de saúde de 34 países europeus, divulgada, esta terça-feira, em Bruxelas, que sublinha os "longos tempos de espera" e os "resultados "medíocres".
Com um total de 589 pontos em mil possíveis, no conjunto de 42 indicadores de desempenho, Portugal caiu quatro posições relativamente ao posto que ocupava em 2009, e é agora o sétimo país da União Europeia com pior resultado, surgindo na lista apenas à frente de Lituânia, Polónia, Hungria, Albânia, Macedónia, Letónia, Roménia, Bulgária e Sérvia, país que se encontra na "cauda" da tabela, com 451 pontos.
No extremo oposto da classificação, a Holanda lidera com 872 pontos em mil possíveis, seguida da Dinamarca (822), da Islândia (799), do Luxemburgo (791) e da Bélgica (783).
De acordo com Arne Björnberg, o diretor de investigação do Euro Health Consumer Index, inquérito anual dos cuidados de saúde na Europa, "parte-se do princípio que a crise económica dos últimos anos afetou Portugal e, por isso, não seria de esperar grandes melhoras na assistência médica", mas a verdade é que "Portugal estagnou, enquanto outros países melhoraram".
Segundo o mesmo responsável, Portugal tem bom nível na assistência médica utilizando a internet, mas esta modernização não reflete as condições gerais de assistência médica. "As esperas são demasiado longas e os resultados medíocres", assinala.
Como nota positiva, o estudo indica que "o sistema é suficientemente inclusivo e existe um bom acesso a operações cirúrgicas renais e a cataratas".
Publicado pela primeira vez em 2005, o índice é compilado pela Health Consumer Powerhouse, uma organização sueca especializada na informação aos consumidores sobre cuidados de saúde, que garante compilar a classificação a partir de um conjunto de estatísticas públicas, sondagens aos utentes e pesquisa independente.
O índice traduz a classificação anual dos sistemas de saúde nacionais da Europa em cinco áreas: direitos e informação dos pacientes, listas de espera para tratamento, prevenção, âmbito e alcance dos serviços prestados e a área farmacêutica.
A classificação abrange os 27 Estados-membros da União Europeia e outros sete países europeus: Islândia, Suíça, Noruega, Croácia, Albânia, Macedónia e Sérvia.