300 lusodescendentes podem ser afetados

por Texto da Agência Lusa, publicado por Patrícia Viegas, in Diário de Notícias

Cerca de 300 lusodescendentes podem ser afetados pela decisão anunciada hoje pelo fabricante automóvel Peugeot/Citroen de despedir 8 000 trabalhadores em França, disse à Lusa o embaixador de Portugal em Paris, Francisco Seixas da Costa.

"A maioria dos operários portugueses da Peugeot, que eram portugueses de primeira geração, já está aposentada. Há cerca de 300 lusodescendentes, na sua maioria de segunda geração, que já têm nacionalidade francesa", afirmou.

Segundo Seixas da Costa, estes trabalhadores, "normalmente operários especializados", são aqueles que "podem ser afetados" pela decisão do construtor francês.

"O importante é garantir que os direitos são respeitados. Nós naturalmente estamos disponíveis para prestar apoio de natureza jurídica, mas tratando-se de cidadãos franceses, naturalmente que a defesa desses direitos é no quadro da própria cidadania francesa que eles possuem", assinalou o embaixador.

A empresa anunciou que vai cortar 8.000 postos de trabalho em França devido a uma quebra acentuada no mercado europeu que originou perdas no primeiro semestre do ano, apesar de não ter especificado o seu valor.

O maior fabricante de automóveis de França e o segundo da Europa, depois do alemão Volkswagen, disse esperar que o mercado europeu registe este ano uma quebra de oito por cento e que o seu negócio caia consequentemente 10 por cento, salientando necessitar de se ajustar a esta realidade perante perspetivas de agravamento da situação.

A empresa adiantou que vai fechar em 2014 a fábrica de Aulnay, perto de Paris, onde trabalham mais de 3.000 pessoas.

A concluir Seixas da Costa mostrou-se surpreendido com a decisão da empresa, qualificando-a como "grave e difícil", que foge ao controlo da embaixada portuguesa.