11.7.12

Principais preocupações são o desemprego jovem e o de longa duração

in Sol

O desemprego jovem e o de longa duração são as principais preocupações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que hoje apresentou as suas previsões para este e o próximo ano, disse hoje o secretário-geral.

De acordo com o relatório, no cômputo dos países da OCDE, a taxa média de desemprego deverá fixar-se nos 8 por cento este ano e nos 7,9 por cento em 2013.

Contudo, para o conjunto dos países europeus que integram a OCDE, a estimativa aponta para que a taxa de desemprego atinja os 10 por cento em 2012 e os 10,2 por cento em 2013.

«O problema está a crescer mais depressa do que a solução. O aumento do desemprego continua a ultrapassar o aumento da despesa com políticas activas para o emprego», afirmou hoje Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, na apresentação do documento.

«Os números não são animadores. Há 47 milhões de desempregados entre os países da OCDE. E a situação é ainda mais desencorajadora na zona euro. A frágil recuperação económica não criou suficientes oportunidades de emprego. E recentemente tivemos sinais claros de que a economia global vai deteriorar-se. Estes números não vão melhorar», acrescentou.

Entre as «preocupações chave», destacou, estão o desemprego jovem (16,1 por cento para a OCDE e 22,6 por cento para a Zona Euro) e o desemprego de longa duração.

O secretário-geral defendeu, por isso, que «é imperativo que os países possam implementar medidas fiscais e monetárias adicionais para estimular a procura e a criação de emprego o façam».

No caso daqueles, como os membros da Zona Euro, que têm margens orçamentais e monetárias mais estreitas, «é preciso saber escolher as medidas mais eficazes e encontrar espaço para aplicá-las».

«É claro que um aumento da procura e uma rápida solução da crise da zona euro são cruciais para a recuperação do mercado de trabalho. Mas a adopção de políticas laborais acertadas terá, por si só, um impacto positivo na economia», acrescentou.

Angel Gurría argumentou que «um pacote de políticas bem concebidas pode minimizar os custos do emprego de longa duração, e preparar o regresso dos desempregados ao mercado de trabalho».

Os Estados, acrescentou, «devem oferecer serviços eficazes aos desempregados, para reintroduzi-los no mercado de trabalho», seja através de «programas de formação», de «subsídios à criação de postos de trabalho», ou de «programas direccionados à experiência laboral, juntando estudo e trabalho».

«O investimento em educação é crucial. É preciso operar uma mudança de mentalidades: do emprego para a vida devemos passar para uma empregabilidade para a vida», disse ainda.

Angel Gurría sublinhou que os Estados precisam de «pensar e avançar, [em termos] estruturais, sociais e ambientais».

De acordo o relatório apresentado hoje, a taxa de desemprego em Portugal deverá atingir os 15,2 por cento este ano, aumentando para os 16,2 por cento em 2013.