10.1.13

Silva Lopes defende corte das pensões mais altas ou recebidas indevidamente

por Maria João Costa, in RR
Portugal está num “momento de escolhas muito difíceis, mas não podemos ter défices orçamentais como até aqui”, diz o antigo ministro em reacção ao relatório do FMI.

O estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) tem indicações que devem ser consideradas, como o corte das pensões mais altas ou as “recebidas indevidamente”, defende o economista Silva Lopes em entrevista à Renascença.

“Este estudo do FMI dá-nos indicações. Em meu entender, haverá coisas que não são de aceitar, mas há outras, mesmo apesar de serem indesejáveis para certos grupos, vão ter que ser necessárias”, afirma o antigo governador do Banco de Portugal.

Silva Lopes, que ocupou a pasta das Finanças na década de 70, considera que as mexidas nas
taxas moderadoras devem “começar pelos rendimentos mais altos e devem ser cortadas as pensões que são muito altas ou aquelas que são recebidas indevidamente”.

O antigo governador dá o exemplo das pensões que alguns deputados e agentes políticos “recebem do antigamente”, com base nos “direitos adquiridos”.

“Não lhes tiram isto – tiraram aos novos mas não tiraram aos antigos – eu acho que isso é insustentável e inaceitável, como também são inaceitáveis indivíduos que ganharam reformas de muitos milhares de euros estando a trabalhar para o Estado dois ou três anos. Há muita coisa que se pode fazer”, frisa Silva Lopes nesta entrevista à Renascença.

O antigo ministro e governador do Banco de Portugal considera que Portugal está num “momento de escolhas muito difíceis, mas não podemos ter défices orçamentais como até aqui”.