por Maria João Costa, in RR
Eduardo Lourenço, em entrevista à Renascença, considera que a nova vaga de emigração é um acto de "puro desespero" e espera que as manifestações não degenerem em violência.
O ensaísta Eduardo Lourenço diz que a Europa não tem a solidariedade que Portugal imaginava, mas têm consciência de que não pode perder membros, correndo o risco do projecto europeu desmoronar.
“Apesar da Europa não ter aquela solidariedade um pouco exagerada que nós imaginávamos, mas a Europa tem consciência de que não pode perder uma peça aqui e outra peça além, sem que ela próprio se desmorone, toda a construção europeia”, diz o filósofo e pensador, em entrevista à Renascença.
Eduardo Lourenço espera que “um certo bom senso prevaleça no comportamento desses povos de que estamos dependentes, por exemplo a Alemanha”. “Não há mais solução”, sublinha.
Nesta entrevista à Renascença, Eduardo Lourenço olha também para a nova emigração, que considera um acto de "puro desespero", e fala também da "Grândola", a música de novo entoada e que o ensaísta diz esperar que não se torne violenta.
Eduardo Lourenço, que acaba de lançar o livro "Os militares e o poder", fala da obra publicada pela primeira vez depois do 25 de Abril e à qual acrescentou agora um capítulo sobre a actual situação dos militares. O ensaístas considera o livro uma espécie de “aviso à navegação”, numa altura de crise geral na Europa.

