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Para a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico, estamos perante um crescente risco de desigualdade e pobreza, uma vez que a crise está a atingir mais fortemente quem tem menos rendimentos .A desigualdade de rendimentos aumentou mais nos primeiros três anos da crise, até ao final de 2010, do que nos 12 anos anteriores, refere a instituição.
A desigualdade de rendimentos aumentou mais nos primeiros três anos da crise, até ao final de 2010, do que nos 12 anos anteriores, conclui a OCDE nos dados apresentados hoje. Isto antes de ser contabilizado o efeito dos impostos e das transferências sobre os rendimentos.
A desigualdade de rendimentos aumentou mais nos primeiros três anos da crise, até ao final de 2010, do que nos 12 anos anteriores, conclui a OCDE nos dados apresentados hoje. Isto antes de ser contabilizado o efeito dos impostos e das transferências sobre os rendimentos.
Segundo a análise apresentada pela OCDE, o Estado Providência tem amortecido o impacto da crise para muitas pessoas. No entanto, adverte o organismo, se os países da OCDE procederem a mais cortes na despesa social, isso poderá conduzir a uma maior desigualdade e pobreza nos próximos anos.
Fazendo as contas após impostos e transferências, em 2010 a faixa dos 10% mais ricos da população dos países da OCDE recebeu 9,5 vezes o rendimento dos que estão entre os 10% mais pobres. Em 2007, a diferença era de 9 vezes. “Este fosso é mais profundo no Chile, México, Turquia, EUA e Israel, e menos evidente na Islândia, Eslovénia, Noruega e Dinamarca”, diz o estudo.
É preciso proteger os mais vulneráveis
“Estas conclusões preocupantes sublinham a necessidade de proteger os mais vulneráveis da sociedade, especialmente numa altura em que os governos levam a cabo as necessárias medidas de controlo da despesa pública”, refere, a propósito desta análise, o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría. “As políticas de promoção do crescimento e do emprego têm de ser delineadas de modo a garantirem equidade, eficiência e inclusão. Entre estas políticas, a reforma dos sistemas tributários é essencial para assegurar que todos pagam a sua justa quota-parte e que também beneficiam e recebem o apoio de que precisam”, acrescenta.
Nos termos do estudo, entre 2007 e 2010 as famílias mais pobres, tendencialmente, perderam mais ou ganharam menos do que as famílias mais ricas. Os 10% da população da OCDE com melhores rendimentos saiu-se melhor com a crise do que os 10% do patamar inferior em 21 dos 33 países que disponibilizaram dados.
Comparando com os níveis de rendimentos anteriores à crise, o número de pessoas a viverem em situação de pobreza aumentou durante a crise na maioria dos países. “Os impostos e benefícios ajudaram a atenuar este aumento, em termos gerais, mas o impacto variou”, explica o relatório. Entre 2007 e 2010, a pobreza monetária relativa, em termos médios, aumentou de 13% para 14% entre as crianças e de 12% para 14% junto dos adultos, mas diminuiu de 15% para 12% entre as pessoas mais velhas.
Até 2010, salienta ainda o estudo, os pensionistas foram grandemente protegidos, tendo sido a população activa que sofreu o maior choque.
Desde 2007, a pobreza infantil aumentou em 16 países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico, com as subidas a excederem os dois pontos na Turquia, Espanha, Bélgica, Eslovénia e Hungria. “Isto confirma uma tendência, que tínhamos já identificado: a de que os jovens e as crianças estão a substituir os idosos como o grupo de maior risco de pobreza na OCDE”.

