13.5.13

Portugal tem a mais baixa taxa de emprego de doutorados

in Diário de Notícias

Portugal tem a mais baixa baixa de emprego de doutorados de um conjunto de 10 países europeus, com 2,6% contra, por exemplo, 34% na Holanda ou Bélgica. A conclusão vem publicada no "Diagnóstico do sistema de investigação e inovação: Desafios, forças e fraquezas rumo a 2020", um relatório elaborado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) para listar os pontos positivos e negativos, e o que ainda falta corrigir para que a investigação científica nacional seja competitiva e possa captar financiamentos europeus e internacionais.

À margem da apresentação do relatório, o ministro da Educação defendeu hoje a utilização do conhecimento e do potencial científico e tecnológico é essencial para o desenvolvimento da economia e do país e salientou que as empresas portuguesas empregam pouco doutorados.

Nuno Crato salientou, no entanto, o "bom exemplo" do setor da saúde, com mais exportações que a indústria da cortiça ou do vinho.

"As nossas empresas empregam poucos doutorados, muitíssimo menos do que acontece nos restantes países europeus e o emprego de doutorados e a utilização do grande potencial científico e tecnológico que temos é fundamental para o desenvolvimento, não só da ciência, mas também do país", disse o governante.

Portugal está a negociar o acordo de parceria com a União Europeia, que "é decisivo" e um pressuposto para os fundos comunitários a atribuir no programa 2014-2020.

Para Nuno Crato, "é fundamental que o apoio à educação e à ciência seja devidamente salvaguardado".

"Queremos que o sistema científico e tecnológico evolua de forma cada vez mais competitiva, com cada vez mais apoio à ciência, com salvaguarda da ciência fundamental, mas também com uma maior ligação da ciência às empresas", resumiu o ministro da Educação e Ciência.

No seu discurso na abertura da conferência, defendeu a promoção da excelência, o que "não é uma política meramente ocasional".

A FCT lançou concursos para programas de doutoramento realizados em parceria por empresas e universidades, ao mesmo tempo que é promovida a aproximação das universidades às empresas.

Entre os mecanismos existentes, o ministro referiu os centros de inovação ou incubadoras, que mostram como pode a ciência contribuir para o desenvolvimento das empresas e apontam às universidades quais as necessidades das indústrias.

O diagnóstico refere que, "apesar do crescimento bastante significativo observado na produção científica, Portugal continua a posicionar-se a níveis inferiores ao seu potencial".

O presidente da FCT, Miguel Seabra, disse que Portugal tem a maior taxa de crescimento do número de publicações científicas, entre os países comparados, mas, na produtividade dos investigadores, ocupa o 8.º lugar e "é necessário melhorar o impacto da qualidade da produção científica".