Por Lusa, in ECO
O governo italiano defendeu esta quinta-feira a supressão gradual do rendimento mínimo, acusando a oposição de fomentar a agitação social, e adiou por dois meses o debate sobre uma proposta de criação de um salário mínimo.
A câmara dos deputados (câmara baixa) aprovou uma moção apresentada pela maioria da coligação que apoia o governo de Meloni no sentido de adiar, por 60 dias, o debate em torno de uma proposta de criação de um salário mínimo em Itália, de 9 euros por hora, apresentada em conjunto por praticamente todas as forças da oposição.
Ao ser anunciado o resultado da votação – 168 votos a favor do adiamento, 128 contra e três abstenções –, os deputados das bancadas da oposição gritaram em coro “vergonha”, com a líder do PD a acusar o Governo de “fugir quando confrontado com um problema” e de mostrar que “não quer saber das pessoas que sofrem”, ao adiar esta discussão para o início de outubro.
A Itália é um dos cinco países da União Europeia (UE) sem um salário mínimo instituído, juntamente com Finlândia, Suécia, Dinamarca e Áustria, sendo os rendimentos determinados em sede de negociação coletiva entre patronato e sindicatos.
Em paralelo, a ministra do Trabalho, Maria Elvira Calderone, apresentou perante o senado italiano um relatório sobre a eliminação gradual do chamado “rendimento de cidadania” e argumentou que o mesmo “custou aos italianos 25 mil milhões de euros em três anos sem produzir os resultados esperados, nem em termos de redução da pobreza, nem em termos de apoio social”.