Denisa de Sousa, in Jornal de Notícias
A Bragahabit tem recebido cada vez mais pedidos de apoio por parte de carenciados e vítimas de violência doméstica e avança com novos projectos, um deles visando a recuperação de casas para acolher mulheres agredidas.
Mais atentos aos dramas sociais. É assim que o administrador da BragaHabit define a actual política de actuação de empresa, que, gradualmente, tem vindo a alargar a sua abrangência a áreas periféricas da gestão do parque habitacional do município. Exemplo disso é também o recente protocolo com o Hospital de S. Marcos, que possibilita à BragaHabit ter duas assistentes sociais que façam a ponte entre as duas instituições e alertem para os casos mais prementes.
"Há utentes com condição económica agravada e doenças crónicas que, por vezes, precisam de apoio no pós- internamento na adaptação das suas casas à perda de mobilidade, por exemplo. A rede social também nos tem permitido identificar melhor os problemas sociais", esclareceu o responsável, para quem esta "radiografia" tem sido essencial.
No que respeita às vítimas de violência, com o próprio autarca local, Mesquita Machado, a frisar que a Câmara não pode fechar os olhos a um flagelo que não pára de se adensar, está prevista a requalificação e adaptação de quatro imóveis no centro histórico, para receber, transitoriamente, mulheres e respectivos filhos, se for caso disso. "Trata-se de uma parceria com a Câmara de Braga, que incluir um investimento de 300 mil euros. Ainda é cedo para dados concretos, pois o projecto está em elaboração".
Desde 2005, pelo menos, que a autarquia tem tentado avançar com um projecto idêntico, chegando mesmo a estabelecer um protocolo com a delegação da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima de Braga nesse mesmo sentido, que nunca chegou a avançar, mas João Nogueira diz não estar inteirado sobre o assunto, pois chegou depois à administração. Globalmente, com três milhões de orçamento pretende-se também requalificar cerca de 98 fogos que a BragaHabit gere e adquirir 20 novas casas.
Recorde-se que esta empresa municipal gere 646 fracções nos quatro bairros sociais e espalhados pela cidade, em regime de subarrendamento ou apoio directo à renda, consoante os rendimentos dos agregados familiares. Tem também na forja a construção de um hospital de cuidados continuados, que deverá nascer no Convento de S. Francisco, o que ilustra a ramificação face ao objectivo para o qual a empresa foi criada.