Alexandra Figueira, in Jornal de Notícias
Carne, peixe e leite estão mais baratos a cada mês que passa, mas o pão subiu ligeiramente
Por esta altura, em 2008, o preço do petróleo e dos alimentos batia máximos históricos. No Verão, começaram a cair. Hoje, continuam mais baixos do que há um ano, o que explica a queda dos preços registada pelo INE.
Os preços desceram 0,5% em Abril, comparando com a mesma altura do ano passado. É o segundo mês seguido com uma inflação negativa, em que bens e serviços ficaram mais baratos, mas isso só aconteceu porque caíram os preços de combustíveis e alimentos. Sem estes dois produtos, Abril teria registado uma inflação de 0,9%, já que o preço da maioria dos outros bens subiu ligeiramente.
O grande responsável pela recente queda de preços são os transportes, mais precisamente os combustíveis, diz o Instituto Nacional de Estatística (INE). No Verão, um barril de petróleo quase chegou aos 150 dólares, mas, a partir daí, o preço começou a cair, terminando o ano a um terço desse valor. Por isso, desde Novembro do ano passado que o preço dos transportes tem sofrido descidas consecutivas face aos meses homólogos e, em Abril, caiu 4,9%.
A segunda causa da queda dos preços foram os alimentos, em concreto, carne, peixe e lacticínios, cujo preço está a baixar desde Janeiro, pelo menos. Já o pão tem-se mantido estável, com um ligeiro aumento em Abril. No mês passado, em média, os alimentos estavam 1,3% mais baratos do que em Abril de 2008, a que se soma a queda de 0,5% de Março.
A ajudar à descida dos preços estiveram o vestuário e calçado, a saúde, e o lazer e cultura, cujos preços baixaram ligeiramente. Ainda, como habitualmente, as comunicações ficaram mais baratas.
Em todos os outros tipos de produtos, os preços subiram, sobretudo na educação e na restauração e hotelaria.
Se a responsável pela evolução dos preços foi a escalada do petróleo e dos alimentos de 2008, então, quando o seu efeito acabar, as famílias voltarão a gastar mais dinheiro para comprar as mesmas coisas do que há um ano. Por isso, os economistas esperam que a inflação regresse dentro de poucos meses, afastando em definitivo a possibilidade de deflação (ler texto ao lado).

