Por Ana Rita Faria, in Jornal Público
Doze empresas começaram ontem a laborar. Autarquia remodelou instalações antigas e paga rendas, luz e água até 2012
Uma antiga fábrica das Caldas da Rainha vai voltar a ganhar vida e a dar emprego a 35 pessoas. Desde ontem, 12 novas empresas começaram a laborar na velha unidade de produção, arrendada pela autarquia, concretizando o projecto de empreendedorismo e fomento de auto-emprego Caldas Empreende.
"Desafiámos as pessoas para a criação do seu próprio emprego e, das 28 propostas, foram aceites 12. Até ao final do ano, estarão em laboração mais três", afirmou ontem Hugo Oliveira, vereador do Desenvolvimento Económico daquele município. Durante dois anos, os novos empreendedores contarão com o apoio da câmara, que vai suportar o aluguer das instalações (1580 euros por mês) e as despesas de água e electricidade.
Entre os projectos concorrentes estavam empresas de montagem de antenas, reparações em informática, comércio de produtos de higiene e limpeza, comércio e produção de artesanato, aluguer de bicicletas, medicinas alternativas, decoração com técnicas de Feng Shui e painéis solares.
A autarquia investiu 41 milhões de euros nas obras de remodelação da antiga fábrica, que irá acolher sobretudo pequenas empresas, constituídas só por uma pessoa ou então com uma estrutura familiar, em que marido e mulher ou pais e filhos juntam os incentivos disponibilizados pelo centro de emprego para a criação de empresa.
"Algumas destas empresas, além do próprio emprego, já contam com mais colaboradores, o que permitiu aumentar o número de empregos criados para 35", salienta Hugo Oliveira. Além disso, os promotores das empresas irão beneficiar de formação, orientação e aconselhamento empresarial.
Um dos projectos está vocacionado para o desenvolvimento de um sistema informático que "permitirá controlar todo o processo de votação, desde a convocatória até à contagem dos votos e relatórios de todas as actividades das assembleias, quer sejam de colectividades quer de empresas", adiantou Cláudio Pinto, engenheiro informático que uniu esforços com o sócio Pedro Almeida. Num futuro próximo, esta empresa prevê aumentar o número de funcionários para dez.
Segundo dados do IEFP, havia no final de Outubro 4945 desempregados inscritos no centro de emprego das Caldas da Rainha.
Profissões tradicionais
Lançado pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha em Julho deste ano, este projecto destinava-se a pessoas desempregadas, com dificuldades de acesso ao mercado de trabalho, em risco ou situação de exclusão.
Desempregados de profissões tradicionais (carpinteiros, sapateiros, pedreiros e canalizadores) foram também desafiados a aderirem ao programa, que tem como parceiros a Associação Industrial da Região Oeste (AIRO) e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). com Lusa

