in Jornal de Notícias
São cada vez mais os portugueses que não conseguem pagar as rendas das casas ou o empréstimo bancário para habitação e pedem ajuda à Cáritas Portuguesa que, nos últimos tempos, viu os pedidos que recebe aumentarem 40 por cento.
"Portugal atravessa uma situação muito difícil e a Cáritas Portuguesa tem visto aumentar de forma muito significativa os pedidos de ajuda, apresentando dificuldades crescentes para dar resposta a todos", disse o presidente da Cáritas Portuguesa.
Eugénio Fonseca estima que os pedidos de ajuda aumentaram cerca de 40% nos últimos tempos, principalmente desde que entraram em vigor algumas medidas de austeridade.
Uma das formas visíveis deste agravamento da condição económica dos portugueses é o aumento dos pedidos de ajuda de pessoas que não conseguem cumprir os seus compromissos com o aluguer ou compra de casa.
"São pessoas que tinham o seu posto de trabalho e que caíram no desemprego. As que fizeram poupanças, aparecem mais tarde porque foram usando este valor, mas depois chegam sem recursos", disse.
Apesar de desempregados, os bancos não levam em conta a situação destes clientes que são obrigados a pedir ajuda, um auxílio que a Cáritas tem muita dificuldade em assegurar, tendo em conta os valores envolvidos, adiantou.
Eugénio Fonseca acrescenta que esta situação existe em todo o país, mas com maior frequência em zonas com maiores taxas de desemprego, nomeadamente: norte, zona da grande Lisboa e Algarve.
A propósito do auxílio cada vez mais solicitado à Caritas, esta instituição lançou hoje um apelo para que os contribuintes portugueses ofereçam donativos através da consignação de 0,5 por cento do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), relativa ao ano de 2010.