in Jornal de Notícias
O número de pessoas a viverem sozinhas aumentou nos últimos 10 anos, enquanto as famílias numerosas decresceram cerca de três pontos percentuais representando apenas 3,5% do total de famílias, segundo dados revelados, esta terça-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística.
Segundo números de 2011, as famílias constituídas por uma só pessoa representavam 21,4% do total, um aumento de quatro pontos percentuais em relação o que se passava em 2001.
A tendência inversa registou-se nas famílias clássicas com cinco ou mais pessoas, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados na véspera do Dia Internacional da Família, que se assinala na quarta-feira.
Entre 2001 e 2011, as famílias com mais de cinco elementos passaram de 9,5% para 6,5 por cento do total de famílias.
Segundo o INE, o risco de pobreza é "particularmente elevado" nestes grupos de pessoas que vivem sozinhas e nas famílias numerosas.
A taxa de risco de pobreza avaliada segundo a composição do agregado familiar tem a sua percentagem máxima precisamente nas famílias constituídas por adultos com três ou mais crianças, atingindo os 34,5%.
Seguem-se, com mais de 27% de taxa de risco de pobreza, as pessoas que vivem sozinhas e as famílias compostas por um só adulto e uma criança.
As pessoas que vivem sozinhas são sobretudos idosos e mulheres, dois dos grupos particularmente afetados pela pobreza, sublinha o INE na informação divulgada à comunicação social.
Aliás, os dados de 2011 mostram que as famílias unipessoais de pessoas com 65 ou mais anos correspondem a 10% do total das famílias clássicas e representam a maioria (46,9%) das famílias unipessoais.
Apesar das mudanças registadas nas famílias nas últimas décadas, os núcleos familiares constituídos por casal com filhos continuavam a representar metade do total, ainda assim registando um decréscimo de sete pontos percentuais face a 2011.
Um grande aumento foi registado nas união de facto com filhos, que passaram a representar 6,4% dos núcleos familiares, mais 80% do que em 2001.
Aliás, as relações conjugais de facto (com ou sem filhos) ganharam uma expressão significativa na última década, com um aumento de 96%, passando de 185 mil famílias para 363 mil.
A aumentar estavam também as famílias reconstituídas, que correspondem às situações de um casal com filhos em que pelo menos um deles é apenas de um dos elementos do casal, que em 10 anos duplicaram.