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13.7.22

ONU: alta dos preços empurrou 71 milhões de pessoas para a pobreza no mundo em três meses

in UOL Noticias
 
A disparada dos preços dos alimentos e da energia em todo planeta empurrou 71 milhões de pessoas de países de baixa renda à pobreza extrema desde março, afirma um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) publicado nesta quinta-feira (7).

O PNUD aponta no documento que a aceleração da pobreza "é consideravelmente mais rápida que o choque da pandemia de Covid-19" e atribui parte do aumento dos preços à guerra na Ucrânia, responsabilidade que a Rússia nega. "As transferências de dinheiro direcionadas para as famílias são mais equitativas e mais rentáveis que os subsídios gerais à energia", menciona o relatório.

Ao mesmo tempo, o documento considera que os países precisarão de apoio do sistema multilateral para as famílias conseguirem "chegar ao fim do mês". "Enquanto as taxas de juros aumentam em resposta à alta da inflação, existe o risco de desencadear uma nova onda de pobreza induzida pela recessão que exacerbará ainda mais a crise, acelerando e aprofundando a pobreza no mundo", alerta o PNUD.

Situação é pior nos Bálcãs e na África O estudo analisa 159 países.
As nações que enfrentam a situação mais crítica estão nos Bálcãs, na região do mar Cáspio e na África Subsaariana, em particular no Sahel. "Aumentos de preços sem precedentes significam que, para muitas pessoas em todo o mundo, a comida que eles podiam comprar ontem não é mais possível hoje", afirmou o diretor do PNUD, Achim Steiner. "Esta crise do custo de vida está empurrando milhões de pessoas à pobreza e até mesmo à fome a uma velocidade vertiginosa e, com isso, a ameaça de problemas sociais cresce a cada dia", alertou.

Entre os países que enfrentam as consequências mais dramáticas de alta de preços estão Armênia, Uzbequistão, Burkina Faso, Gana, Quênia, Ruanda, Sudão, Haiti, Paquistão, Sri Lanka, Etiópia, Mali, Nigéria, Serra Leoa, Tanzânia e Iêmen. Padrões internacionais Instituições internacionais como as Nações Unidas, o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional estabelecem limites para pobreza: em países de baixa renda é onde o poder de compra por pessoa e por dia não passa de US$ 1,90. Nos países de renda média-baixa, esse valor sobe para US$ 3,20 e nos países de renda média-alta, é fixado em US$ 5,50.

Segundo o relatório, a atual crise gerada pela alta no custo de vida pode levar mais 51 milhões de pessoas para a extrema pobreza e 20 milhões de pessoas à pobreza, o que elevaria o total mundial da população em situação precária para pouco mais de 1,7 bilhão de pessoas.

1.10.21

PNUD lança iniciativa para seguros contra catástrofes nos países pobres

in ECO Seguros

Em cerca de 80 países pobres, os custos de recuperação de catástrofes representam em média 29 mil milhões de dólares por ano e apenas 3% desse valor está coberto por seguros.

O PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP na sigla inglesa) anunciou o lançamento de uma iniciativa para apoiar governos (setor público) e entidades privadas de países menos desenvolvidos (PMD) a implementar seguros para situações de crise como pandemias e catástrofes naturais, anunciou em comunicado a agência das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento.

O IRFF – Insurance and Risk Finance Facility, um instrumento no âmbito das facilidades de financiamento e investimento promovidos para auxiliar PMD a enfrentarem pobreza, alterações climáticas e outras crises globais, pretende catalisar recursos financeiros e contribuições de várias fontes e doadores, incluindo o próprio PNUD.

Nos países mais pobres, um total de 77 nações, os custos de recuperação de catástrofes representam em média 29 mil milhões de dólares por ano e apenas 3% desse valor está coberto por seguros. Este gap faz com que estes países suportem, com esforço próprio, os custos da reconstrução ou, como é comum, dependam de auxílio humanitário.

Só em 2020, cerca de 980 eventos catastróficos originados por perigos naturais custaram à economia global 290 mil milhões de dólares. Sob o impacto da pandemia (Covid-19), cerca 150 milhões pessoas voltaram a ser remetidas à pobreza, salienta o comunicado. “(…) Sem resiliência financeira, os mais vulneráveis arriscam ficar enclausurados numa espiral descendente de pobreza e endividamento,” adverte Achim Steiner, administrador do PNUD.

Para já, o IRFF conta com 35 milhões de euros de apoio já avançado pela Alemanha, através do Ministério da Economia, Cooperação e Desenvolvimento (BMZ). Segundo Maria Flachsbarth, secretária de Estado do BMZ, o país está “fortemente empenhado no fortalecimento da InsuResilience Global Partnership”, fundo lançado em 2017, na COP23, cimeira do Clima realizada em Bona, na Alemanha.

O objetivo do IRFF é o de contribuir para criação de seguros e soluções financeiras público-privadas que permitam cobrir riscos em mais de 50 países em desenvolvimento até 2025, contribuindo desta forma para esforço de concretização da InsuResilience Vision 2025, uma parceria amplamente apoiada por países do G7, Banco Mundial e o Insurance Development Forum (seguradoras globais), envolvidos no reforço da resiliência dos países mais vulneráveis ao impacto das alterações climáticas.

A visão global partilhada pelos países e organizações que integram a Vision 2025 coincide com um objetivo que voltará a ser reafirmado na COP26, agendada para novembro, em Glasgow: assegurar, até 2025, que 500 milhões de pessoas pobres e vulneráveis tenham cobertura e proteção contra desastres relacionados com as alterações climáticas, crises sanitárias e riscos socioeconómicos.

30.4.20

Painel de dados do PNUD revela disparidades entre países na capacidade de enfrentar COVID-19

in ONU

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lança nesta quarta-feira (29) dois painéis de dados que destacam as enormes disparidades na capacidade dos países de enfrentar e se recuperar da crise da COVID-19.

A pandemia é mais do que uma emergência global de saúde. É uma crise sistêmica de desenvolvimento humano, que já afeta as dimensões social e econômica do desenvolvimento de maneira inédita, lembrou o PNUD.

Trabalhadores comunitários promovem a conscientização sobre a prevenção da COVID-19 e distribuem kits de higiene para famílias urbanas pobres em Bangladesh. Foto: PNUD Bangladesh/Fahad Kaize

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lança nesta quarta-feira (29) dois painéis de dados que destacam as enormes disparidades na capacidade dos países de enfrentar e se recuperar da crise da COVID-19.

A pandemia é mais do que uma emergência global de saúde. É uma crise sistêmica de desenvolvimento humano, que já afeta as dimensões social e econômica do desenvolvimento de maneira inédita, lembrou o PNUD.

Políticas para reduzir vulnerabilidades e construir capacidades para administrar a crise, tanto no curto quanto no longo prazo, são vitais se os indivíduos e a sociedade pretendem resistir e se recuperar melhor de choques como este, salientou o organismo das Nações Unidas.

Preparo dos países para reagir à COVID-19

O “Dashboard’” 1 do PNUD sobre Preparo apresenta indicadores para 189 países – incluindo nível de desenvolvimento, desigualdades, capacidade do sistema de atenção à saúde e conectividade de Internet – para avaliar o quanto uma nação está apta a responder aos múltiplos impactos de uma crise como a da COVID-19.

Embora toda sociedade seja vulnerável a crises, as habilidades de reposta diferem significativamente entre cada uma no mundo todo.

Por exemplo, os países mais desenvolvidos – aqueles de nível muito elevado em desenvolvimento humano – têm em média 55 leitos hospitalares, mais de 30 médicos e 81 enfermeiros para cada 10 mil habitantes, comparados com uma média de 7 leitos hospitalares, 2,5 médicos e 6 enfermeiros em um país de desenvolvido mínimo.

E com extensivos confinamentos, a “brecha digital’ tornou-se mais significativa do que nunca, enquanto 6,5 bilhões de pessoas em todo o planeta – 85,5% da população global – ainda não têm acesso a Internet banda larga segura , o que limita sua capacidade de trabalhar e continuar sua educação.

Vulnerabilidades dos países em crises como a da COVID-19

Estar preparado é uma coisa. Mas, quando uma crise chega, quão vulneráveis estão os países a seus efeitos? O “Dashboard” 2 do PNUD sobre Vulnerabilidades apresenta indicadores que refletem a susceptibilidade dos países aos efeitos desta crise.

Aqueles que já vivem na pobreza estão particularmente em risco. Apesar dos progressos recentes na redução da pobreza, em média uma em cada quatro pessoas ainda vive em pobreza multidimensional ou está a ela vulnerável, e mais de 40% da população global não têm nenhuma proteção social.

A pandemia da COVID-19 também nos lembra que disrupções são contagiosas, desencadeando problemas em outros lugares. Em alguns países, como o Quirguistão, por exemplo, parte significativa do PIB vem das remessas de recursos. Enquanto países tão diversos entre si, como Montenegro, Maldivas e Cabo Verde, dependem fortemente do turismo (quase 60% do PIB das Maldivas, por exemplo) estão sendo atingidos profundamente pelas proibições de viagem e confinamentos

Sobre os “dashboards”

Os “dashboards” codificados por cor monitoram o nível de preparo dos países para a resposta à crise da COVID-19 e suas vulnerabilidades. Os painéis permitem agrupar parcialmente os países por indicador na tabela.

Para cada indicador, os países são divididos em cinco grupos com tamanhos aproximados, com a intenção de não sugerir limites ou valores-alvo para os indicadores, mas permitir acessar a performance dos países em relação aos outros.

Um país que está no topo (considerando cinco grupos, cada um representando 20%) tem melhor desempenho que os outros 80% dos países, e um país que se encontra na média tem desempenho melhor que os 40% da base, mas pior que os países do topo.

A codificação de cinco cores permite visualizar um agrupamento parcial de países e ajuda os usuários a distinguirem imediatamente o desempenho de um país entre o conjunto de indicadores selecionados. Os dados apresentados nessas tabelas são de fontes oficiais internacionais.

18.7.19

Novos dados desafiam noções tradicionais de riqueza e pobreza

in ONUBR

As descobertas do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) global de 2019 lançam luz sobre as disparidades relacionadas à forma como as pessoas vivenciam a pobreza, revelando vastas desigualdades entre os países e mesmo entre as pessoas pobres.

O IPM vai além da renda como único indicador de pobreza, explorando as formas pelas quais as pessoas vivenciam a pobreza em sua saúde, educação e padrão de vida.

Os resultados do IPM deste ano mostram que mais de dois terços dos multidimensionalmente pobres – 886 milhões de pessoas – vivem em países de renda média. Outros 440 milhões vivem em países de baixa renda. Em ambos os grupos, os dados mostram que médias nacionais simples podem esconder uma enorme desigualdade nos padrões de pobreza dentro dos países.

O conceito tradicional de pobreza está desatualizado, de acordo com relatório divulgado nesta quinta-feira (11) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Oxford Poverty and Human Development Initiative (OPHI). Novos dados demonstram, mais claramente do que nunca, que rotular países – ou mesmo domicílios – como ricos e pobres é uma simplificação excessiva.
As descobertas do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) global de 2019 lançam luz sobre as disparidades relacionadas à forma como as pessoas vivenciam a pobreza, revelando vastas desigualdades entre os países e mesmo entre as pessoas pobres.

“Para combater a pobreza, é preciso saber onde as pessoas pobres vivem. Elas não estão uniformemente espalhadas por um país, nem mesmo dentro de um domicílio”, afirma o administrador do PNUD, Achim Steiner. “O Índice de Pobreza Multidimensional global de 2019 fornece informações detalhadas de que os formuladores de políticas precisam para direcioná-las com mais eficiência”.

O IPM vai além da renda como único indicador de pobreza, explorando as formas pelas quais as pessoas vivenciam a pobreza em sua saúde, educação e padrão de vida. Os resultados do IPM deste ano mostram que mais de dois terços dos multidimensionalmente pobres – 886 milhões de pessoas – vivem em países de renda média. Outros 440 milhões vivem em países de baixa renda. Em ambos os grupos, os dados mostram que médias nacionais simples podem esconder uma enorme desigualdade nos padrões de pobreza dentro dos países.

Por exemplo, em Uganda, 55% da população vivencia a pobreza multidimensional – média semelhante à da África subsaariana. Mas a capital Kampala tem uma taxa de IPM de 6%, enquanto na região de Karamoja o IPM sobe para 96% – o que significa que partes de Uganda abrangem os extremos da África subsaariana.

A desigualdade existe até sob o mesmo teto. No sul da Ásia, por exemplo, quase um quarto das crianças com menos de cinco anos vive em lares onde pelo menos uma criança da família está desnutrida, mas pelo menos uma criança não está.

“Precisamos – mesmo entre os que vivem na pobreza – compreender as diferentes experiências de privação das pessoas. Elas estão desnutridas? Elas podem ir à escola? Só assim as políticas de redução da pobreza serão eficientes e eficazes”, afirma o diretor do Escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD, Pedro Conceição.

Há também desigualdade entre os pobres. Os resultados do IPM global de 2019 mostram uma imagem detalhada das muitas diferenças em como – e quão profundamente – as pessoas vivenciam a pobreza. As privações entre os pobres variam enormemente: em geral, valores mais altos de IPM andam de mãos dadas com maior variação na intensidade da pobreza.

Os resultados também mostram que as crianças sofrem mais intensamente com a pobreza do que os adultos e estão mais propensas à privação em todos os 10 indicadores do IPM, com a falta de elementos essenciais como água potável, saneamento, nutrição adequada ou educação primária.

Ainda mais surpreendente é que uma em cada três crianças ao redor do mundo é multidimensionalmente pobre, em comparação com um em cada seis adultos. Isso significa que quase metade das pessoas que vive em pobreza multidimensional – 663 milhões – são crianças, e as crianças mais novas carregam o maior fardo.

Mas os novos dados também mostram uma tendência positiva: os países mais atrasados são os que estão subindo mais depressa.

“Analisamos os dados de um grupo de dez países de rendas média e baixa e descobrimos a encorajadora novidade de que os 40% de baixo estavam se movendo mais rapidamente do que o resto”, diz a diretora da OPHI, Sabina Alkire. “Esse é um padrão favoráel aos pobres que reduz as desigualdades em vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”.

Os dados mostram ainda que, dentro desses dez países, 270 milhões de pessoas deixaram a pobreza multidimensional entre uma pesquisa e outra. Esse progresso foi, em grande parte, impulsionado pelo sul da Ásia: na Índia, havia 271 milhões de pobres a menos em 2016 em relação a 2006; enquanto em Bangladesh esse número caiu 19 milhões entre 2004 e 2014. Em outros países houve menos – ou nenhuma – redução absoluta, com o número de multidimensionalmente pobres aumentando em 28 milhões nos três países africanos considerados. Em parte, isso ocorreu devido ao rápido crescimento populacional, que superou as reduções na pobreza. Na verdade, as taxas de pobreza (como porcentagem da população) diminuíram na maioria dos países.

O IPM global de 2019 traça um quadro detalhado da pobreza para 101 países e 1.119 regiões subnacionais, cobrindo 76% da população global e indo além de medidas simples baseadas na renda para observar como as pessoas vivenciam a pobreza todos os dias.

Acesse os dados na íntegra: hdr.undp.org/en/2019-MPI

15.12.15

Portugal desacelerou no índice de desenvolvimento nos últimos cinco anos

Andreia Martins, in RTP

A ONU divulga esta segunda-feira o relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Portugal mantém a 43ª posição num total de 187, com dados animadores no que diz respeito a igualdade de género mas a destacar-se pela negativa quanto ao desemprego jovem. O mesmo documento revela ainda que um por cento da população mundial vai deter metade de toda a riqueza global no ano de 2016.

O relatório "Trabalho para o Desenvolvimento Humano" é realizado todos os anos tendo como variáveis de comparação a esperança média de vida, os níveis de escolaridade e o Produto Interno Bruto per capita.

Portugal ocupa o 43º lugar, o mesmo que detinha no ano passado. Ainda assim, uma análise à pontuação obtida nos últimos anos permite denotar um desaceleramento no crescimento desde 2010. Em 2009, Portugal ocupava o 34º lugar desta tabela.

A pontuação portuguesa crescia 0,97 por cento ao ano na década de 90. Há cinco anos, o crescimento ronda os 0,33 por cento por ano.
Portugal abaixo da Grécia e Irlanda
Apesar da classificação confortável, Portugal é um dos países europeus com menores pontuações. Destaque para a Irlanda, onde o Fundo Monetário Internacional também interviu, que está em 6º lugar (com a mesma pontuação da Alemanha), ou a Grécia, mergulhada numa grave crise económica e financeira, e que se encontra na 29ª posição.

Noruega, Austrália, Suíça, Holanda, Alemanha, Irlanda e Estados Unidos lideram a tabela de desenvolvimento. Nos últimos lugares encontramos o Burundi, Eritreia e República Centro-Africana.

Emprego e desemprego jovem
Na análise aos dados de offshoring (contratação externa pela deslocalização de empresas), o relatório menciona o caso português como um dos mais preocupantes. Segundo a ONU, que cita um estudo da Organização Internacional de Trabalho, a contratação além-fronteiras é responsável por "quase 55 por cento de todas as perdas de empregos em Portugal", refere o documento.

Portugal aparece também com destaque na "lista negra" no que diz respeito ao desemprego jovem (35 por cento de desempregados entre os 15 e os 24 anos), ladeado por Espanha (53 por cento), Croácia (46 por cento de desempregados jovens) e Eslováquia (30 por cento).

A tendência que se acentua nestes quatro países não se propaga apenas nas zonas mais desenvolvidas e a região sul da Europa, afetando também vários estados do Médio Oriente e América Latina. Este ano, 74 milhões de jovens com menos de 24 anos estavam sem emprego, com o rácio entre jovens e adultos empregados a ser o mais alto de sempre.

Mas nem todos os indicadores são negativos para Portugal, que surge num dos lugares mais cimeiros no que diz respeito à igualdade de género (20ª posição).

A nível global, as mulheres ganham menos 24 por cento que os homens e ocupam apenas 25 por cento do total de cargos de administração e gestão. Um por cento com metade da riqueza
No que diz respeito à distribuição de riqueza, pouco ou nada se alterou. Os números do relatório das Nações Unidas espelham a enorme desiguladade entre países e populações. Em 2016, um por cento da população mundial terá domínio sobre 50 por cento da riqueza global, enquanto que 80 por cento, o grosso da população, terá apenas seis por cento dessa riqueza.

Ainda assim, a ONU estima que o número de pessoas em extrema pobreza baixou de 1,9 mil milhões para 836 milhões nos últimos 25 anos. A taxa de mortalidade infantil apresenta resultados bastante animadores, a cair para cerca de metade dos valores registados em 1990. Clima vai afetar "trabalho sustentável"
Um dos capítulos do relatório das Nações Unidas é dedicado aos perigos laborais que poderão ocorrer devido às alterações climáticas.

"As alterações climáticas, associadas a um aumento médio da temperatura global, têm conduzido a mudanças nos padrões de precipitação, aumento do nível das águas e uma maior frequência de fenómenos climáticos extremos", sublinha o relatório.

Segundo o documento, existem atualmente cerca de 1,3 mil milhões de pessoas (mais de 18 por cento da população mundial) a viver "em terras frágeis" e mais vulneráveis por exemplo ao aumento do nível das águas e fenómenos climáticos extremos.

O relatório divulga ainda um "ranking" dos países mais afetados por desastres naturais, com a Somália e outras regiões insulares e ribeirinhas a ocupar o topo da tabela.

24.7.14

Portugal mantém 41.ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano

in Jornal de Notícias

Portugal mantém a 41.ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano de 2013, num total de 187 países, segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas, divulgado esta quinta-feira.

O índice é calculado com base em três dimensões do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e um padrão de vida decente. Para isso, são tidos em conta fatores como a esperança média de vida, os anos de escolaridade de cada cidadão e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita.

A Noruega lidera o "ranking", seguida da Austrália, Suécia, Holanda e Estados Unidos. Os últimos lugares são ocupados pelo Níger, Congo e República Centro-Africana.

Portugal, que partilha a posição com o Chile, mantém-se no grupo dos países com desenvolvimento humano muito elevado e tem uma pontuação de 0.822. A esperança média de vida é de 79,9 anos, a média de anos de escolaridade de 8,2, os anos de escolaridade esperados 16,3 e o PIB per capita de 24,130.

Apesar de manter a posição, os dados revelam um desaceleramento no crescimento. Nos anos 1980, o índice crescia a 0,97% ao ano, na década seguinte a 0,96 e, desde o início do século, abrandou para 0,41. Em 2009, o país estava no 34.º lugar.

São poucos os países europeus com pontuações inferiores a Portugal e, entre os intervencionados pelo FMI, é o que se qualifica pior (a Irlanda está em 11.º, a Espanha em 27.º e a Grécia em 29.º)

O país tem, no entanto, bons resultados em alguns dos indicadores, como em termos de igualdade de género, em que está em 21.º lugar.

O índice faz parte do relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado em Tóquio, que pede políticas mais fortes de proteção social, um regresso ao objetivo do pleno emprego e universalidade de serviços públicos básicos.

O relatório, com o titulo "Sustentar o Progresso Humano: reduzir as vulnerabilidades e aumentar a resiliência", defende que a vulnerabilidade persistente ameaça o desenvolvimento e que esse problema precisa de ser resolvido para que o crescimento seja equitativo e sustentável.

"As recentes medidas de austeridade aumentaram a pobreza em mais de metade dos países europeus, sendo os grupos mais em risco as crianças, os imigrantes, minorias étnicas e pessoas com deficiência", alerta o relatório, acrescentando: "É tempo de reavaliar a lógica das medidas de austeridade e focar os esforços em impulsionar os investimentos para crescimento a longo-prazo."

Dos países de expressão portuguesa, Cabo Verde desce duas posições, para 123.º, São Tomé e Príncipe desce para 142.º, Angola está em 149.º. No último grupo, encontra-se Moçambique, em 178.º, um lugar a frente da Guiné-Bissau, que mantém a sua posição.

A Guine Equatorial, que se tornou na quarta-feira membro de pleno direito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, desce três posições, para 144.º.