Por Pedro Crisóstomo, in Público on-line
Os efeitos da austeridade, a retracção no consumo privado e o receio de desemprego estão a levar as famílias portuguesas a poupar mais.
O indicador de poupança elaborado pela Associação Portuguesa dos Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP) e pela Universidade Católica voltou a aumentar em Junho e está ao nível mais alto desde meados de 2003.
O indicador atingiu em Junho 117 pontos, valor comparável com os 109,7 registados no mês anterior, o que indicia que a poupança das famílias em percentagem do Produto Interno Bruto continua a crescer.
Um valor de 125 neste indicador representa uma taxa de poupança de 10% do PIB. Mas, desde que a APFIPP e a Católica elaboram este indicador, ou seja, desde 2000, nunca foram registados “valores inferiores a 75 ou superiores a 120”.
Este indicador é o único que mede as poupanças das famílias mensalmente. Os dados do INE são trimestrais e divulgados só alguns meses mais tarde do período em análise.
De acordo com os números mais recentes, do final de Junho, mostram que a taxa de poupança das famílias face ao rendimento disponível aumentou no primeiro trimestre 0,8 pontos percentuais, para 10,8%, sobretudo à custa da queda do consumo privado.
O rendimento disponível manteve-se praticamente inalterado – com um aumento de 0,2%. E a capacidade de financiamento das famílias também subiu (0,7 pontos percentuais), para 5,1 % do PIB, revelam ainda os dados do INE.

