14.11.08

Mulheres são as maiores vítimas de pobreza no mundo

in TSF

O Relatório Anual das Nações Unidas, divulgado, esta quarta-feira, em Lisboa, apontou as mulheres como sendo as maiores vítimas de pobreza no mundo.

João Gomes Cravinho, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, diferencia as estatísticas encorajadoras daquelas que envergonhamManuela Sampaio, da Associação para o Planeamento da Família faz um apelo

De acordo com este relatório, a cada minuto, há uma mulher que morre por falta de cuidados de saúde reprodutiva e cerca de 10 milhões de mulheres morrem na altura do parto.

Nos últimos 28 anos, o número de mulheres que morreram na sequência de uma gravidez ou parto manteve-se inalterado, o que significa que são mais de 530 mil por ano.

Cerca de dois terços dos mais de 900 milhões de adultos que não sabem ler, são mulheres.

Cerca de 70 por cento das mais de 100 milhões de crianças que não vão à escola são raparigas.

Para o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, admitiu que há estatísticas encorajadoras, e outras que envergonham.

«Haver hoje 41 milhões de crianças a mais nas escolas, há mais três milhões de crianças que estão vivas hoje, em contraste com outras estatísticas que, por sua vez nos envergonham, morrem todos os anos meio milhão de mulheres no parto por razões que estão directamente ligadas à pobreza e que são evitáveis».

O Relatório Anual das Nações Unidas estimou que normas e tradições podem perpetuar a violência de género e a desigualdade de género em muitas culturas permanece profundamente enraizada e disseminada.

Por estes motivos, é necessário fazer do desenvolvimento cultural, um direito.

Manuela Sampaio, da Associação para o Planeamento da Família apelou a que «os países europeus, o nosso Governo e os parlamentos nacionais para que, até 2015, atribuam e confirmem 0,7 por cento do rendimento nacional bruto para a ajuda pública ao desenvolvimento».

O Governo garantiu que, nos primeiros meses de 2009, irá tomar uma decisão, como por exemplo, a aprovação da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que estima que os direitos humanos das mulheres são uma questão de segurança internacional.