in Jornal de Notícias
Cerca de dois terços das empresas portuguesas com 10 ou mais funcionários propuseram ações de formação profissional em 2010, tendo Portugal sido o Estado-membro da União Europeia onde os trabalhadores tiveram mais horas de formação.
Segundo dados revelados, esta terça-feira, pelo gabinete oficial de estatísticas da UE (Eurostat), dois terços das empresas europeias (66%) com mais de 10 trabalhadores ofereceram cursos de formação ao seu pessoal, tendo as empresas portuguesas estado em linha com a média comunitária (65%), sendo que a aceitação em Portugal ficou acima da média da UE (55% dos trabalhadores das empresas que propuseram formação aceitaram-na, contra 48% no conjunto da União).
A participação em cursos de formação profissional foi homogénea entre as empresas portuguesas que a disponibilizaram, com uma taxa de participação de 58% nas pequenas empresas (entre 10 e 49 trabalhadores), 54% nas médias (entre 50 e 249 assalariados) e 55% nas grandes empresas (mais de 250).
Em termos de carga horária por participante, nas empresas portuguesas os trabalhadores tiveram em média 42 horas de formação, o valor mais elevado entre os 27 Estados-membros (à frente das 40 horas de Malta e 38 do Luxemburgo), e muito acima da média europeia, de 25 horas, encontrando-se no extremo oposto República Checa e Letónia, com apenas 14 e 15 horas, respetivamente.
O custo da formação, em percentagem do custo total da mão-de-obra em todas as empresas, foi de 0,7%, praticamente o mesmo que a média europeia (0,8%).
Em termos globais, os países da União onde mais empresas propuseram formação profissional aos seus trabalhadores foram Áustria, Suécia (ambas com 87%) e Reino Unido (80%), encontrando-se no extremo oposto Polónia (23%), Roménia (24%) e Bulgária (31%), tendo a aceitação, por parte dos trabalhadores, sido particularmente forte na República Checa (72%) e vincadamente fraca em dois dos países onde mais ofertas se registaram, Áustria e Reino Unido (apenas 37%).