por Susana Madureira Martins, in RR
Anália Torres quer mais e melhores políticas públicas que permitam o aumento da natalidade.
A investigadora do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa defende que ou a Europa começa a pôr na agenda os temas da igualdade de género e a conciliação entre o trabalho e a família ou então não há crescimento da população.
Anália Torres avança com estudos que dão conta da dificuldade das mulheres em conciliar, por exemplo, uma carreira académica com o nascimento e acompanhamento dos filhos.
“As mulheres mais jovens, muitas vezes, quando os filhos eram mais pequenos, tendiam a ficar numa situação de ‘standby’ em termos profissionais, porque estavam mais preocupadas com os filhos.”
“Eram muitas vezes eles que avançavam mais, tiravam mestrados, seguiam a carreira. Depois quando as crianças já tinham10 ou 11 anos, muitas vezes se verificava que as mulheres voltavam a investir ou na carreira ou em formação escolar. A questão que está levantada é se efectivamente depois conseguem ou não recuperar”, aponta.
Assim começam os problemas da desigualdade. “O acordo é feito no princípio, agora vais tu mais para o trabalho, e tu vais mais para as crianças, e depois? O acordo vai-se mantendo e aqui começa essa desigualdade que tem de ser compensada”, considera a investigadora.
Anália Torres defende mais e melhores políticas públicas que permitam o aumento da natalidade.