8.11.13

Mais de 430 mil jovens portugueses não trabalham nem estudam

Nuno Guedes, in RR

Um estudo pioneiro do Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que o fenómeno atingiu um novo máximo em 2012.

As estatísticas do emprego conhecidas hoje fazem pela primeira vez um retrato profundo desta realidade a que alguns já chamaram geração "nem nem" ou "ni ni".

O estudo feito pelo INE sobre os jovens no mercado de trabalho revela que em 2012 Portugal atingiu um novo recorde de jovens que não trabalham nem estudam: 434 mil com idades entre os 15 e os 34 anos.

Este fenómeno é mais forte entre o grupo dos chamados jovens adultos, dos 25 aos 34 anos, com uma taxa 18,9%. Para a geração mais nova, dos 15 aos 24 anos, a taxa desce para 14,1%.

O estudo sublinha que esta população jovem que não trabalha nem estuda é particularmente vulnerável. Como não estuda nem entra no mercado de trabalho, vai acumulando desvantagens como a falta de experiência.

Dos mais de 430 mil jovens parados, quase 130 mil não são considerados desempregados pelo INE pois não fizeram nada nos tempos mais recentes para encontrar trabalho.

O Instituto Nacional de Estatistica revela ainda que o aumento deste fenómeno dos jovens que não trabalham nem estudam começou em 2008 e deve-se, sobretudo, ao aumento do desemprego.

Os jovens com menos escolaridade são os mais afetados, mas o problema cresceu nos últimos anos entre quem tem o ensino secundário ou andou na universidade.

As regiões do país com mais jovens parados são, de longe, a Madeira e os Açores, com percentagens superiores a 20 por cento.

No entanto, apesar da elevada taxa de desemprego jovem, a taxa portuguesa de jovens que não trabalham nem estudam é apenas um pouco maior do que a média europeia.