por Luís Reis Ribeiro, in Dinheiro Vivo
Retoma vale 0,8%. Consumo privado cresce apenas 0,1% em termos reais, o investimento avança uns tímidos 1,2% e as exportações sobem 5%.
O desemprego continuará em níveis "inaceitáveis", acima de 15%, durante mais três anos, estima o Fundo Monetário Internacional (FMI). Embora tenha revisto em baixa a previsão para este ano, de 17,7% da população ativa para 16,8%, o Fundo mantém o desemprego na casa dos 16% até 2016 e nos 15,4% em 2017.
De acordo com o relatório do FMI sobre a décima avaliação ao programa de ajustamento, a recessão do ano passado foi um pouco mais leve, como já se previa: em vez da economia ter contraído 1,8%, caiu 1,6%. Para esta ano, as perspetivas mantém-se inalteradas: a retoma será de 0,8%.
E todas as componentes do PIB ficam na mesma face ao cenário avançado no Orçamento do Estado de 2014 (outubro): o consumo privado cresce apenas 0,1% em termos reais, o investimento avança uns tímidos 1,2% e as exportações sobem 5%.
Subir Lall, o chefe de missão do FMI a Portugal, diz numa análise que um dos pontos mais desfavoráveis do programa de ajustamento continua a ser a falta de trabalho. "O desemprego continua elevado, principalmente entre os jovens e os desempregados de longa data".
O FMI pretende resolver o problema, mas agora diz que "o peso do ajustamento não deve recair demasiado no trabalho", virando-se outra vez para as rendas excessivas das empresas.