6.3.14

Juncker. Consolidação tem de existir em equilíbrio com crescimento e emprego

in iOnline

Sobre as divisões na Europa, Juncker defendeu que os países mais pobres precisam de ser "sólidos" na sua condução política, mas os mais ricos devem ser "solidários"

O ex-presidente do Eurogrupo e um dos candidatos do Partido Popular Europeu a presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, defendeu hoje que a Europa tem de se concentrar no emprego e criticou a "ideia estúpida" de dividir o continente.

As posições do também antigo primeiro-ministro do Luxemburgo foram assumidas em declarações à agência Lusa e à rádio TSF, em Dublin, à margem dos trabalhos do congresso do Partido Popular Europeu (PPE).

Juncker confessou estar confiante na corrida a candidato do PPE para a Comissão Europeia, que disputa com o comissário Michel Barnier (francês), essencialmente devido à sua experiência na política luxemburguesa e europeia.

"Uma eleição é uma eleição, nunca se sabe, mas fui solicitado por muitos antigos colegas, primeiros-ministros e líderes partidários, para assumir esta candidatura (...) Acho que tenho bastante experiência como primeiro-ministro, dirigi o Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia várias vezes, assim como o de Finanças, no Tratado de Maastricht, fui presidente do Eurogrupo, presidente do meu partido e do PPE também", referiu.

Jean-Claude Juncker considerou ainda que a União Europeia "não está a aproveitar todo o seu potencial" e precisa de mudar o foco da sua agenda para o combate ao desemprego.

"Acho que precisamos de consolidação fiscal e orçamental, não há outra opção, mas na mesma proporção precisamos de políticas de crescimento, a austeridade não pode ser a única mensagem para os cidadãos", disse.

O luxemburguês advogou que os 28 não podem "ter uma geração perdida que criaram e educaram: "Na verdade não temos 28 Estados-membros, mas sim 29 Estados-membros, que são os 20 milhões de desempregados. Temos de levar esse país tão a sério como os outros todos".

Sobre as divisões na Europa, Juncker defendeu que os países mais pobres precisam de ser "sólidos" na sua condução política, mas os mais ricos devem ser "solidários".

"É uma ideia estúpida a de dividirmos os pecadores do sul e os ricos do norte, não é assim que vejo a Europa e rejeito essa ideia na minha candidatura a presidente da Comissão Europeia, os mais ricos não têm o direito de criticar e insultar quem passa por dificuldades", acrescentou.