por Lusa, publicado por Luís Manuel Cabral, in Diário de Notícias
As crianças são o grupo etário com maior taxa de risco de pobreza e exclusão, mas as estatísticas sobre a pobreza infantil praticamente nem existem, alerta a professora e investigadora Amélia Bastos.
"Não há dados, a criança nunca é considerada como uma unidade estatística de observação, é sempre vista no contexto familiar", disse a professora do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), à agência Lusa.
O trabalho que desenvolveu nesta matéria é apresentado hoje em Lisboa no decorrer de uma conferência internacional com o título "O Estado Social em Portugal em tempo de crise e austeridade".
A conferência junta hoje e no sábado em Lisboa, precisamente no ISEG, muitas dezenas de académicos de 15 países, da Suíça aos Estados Unidos, do Brasil ao Irão, do Canadá a Itália, Grécia ou Alemanha, entre outros.
A conferência, organizada pela Universidade de Lisboa, pretende debater o papel do Estado Social em tempo de crise económica, austeridade fiscal e problemas sociais.
Serão dezenas de discussões a decorrer à mesma hora, em várias salas, com temas que vão da Reforma do Estado Social em tempo de Austeridade à Migração, da Pobreza e Exclusão Social à Crise na Habitação ou à Saúde e Bem-estar dos Idosos.
Uma delas será sobre a inexistência de dados sobre pobreza infantil e sobre a necessidade de tomar medidas. Os poucos dados que existem "sugerem que são um grupo particularmente vulnerável, mas não o conhecemos de forma precisa", disse Amélia Bastos à Lusa. E vai dizê-lo de novo hoje, na conferência internacional do ISEG.