in Jornal de Notícias
Os sindicatos da Função Pública saíram frustrados das reuniões com o Governo sobre o processo de negociação geral para o sector. A Frente Comum já tinha convocado uma manifestação para o dia 21, e a Frente Sindical da Administração Pública está a ponderar uma nova manifestção contra a proposta de aumento salarial de 2,9%.
"Se as coisas continuarem como estão, temos de manifestar o nosso descontentamento contra a intransigência", disse o responsável da Fesap, Nobre dos Santos. Este sindicato defende um aumento de 3,5%, mas no final da ronda negocial de ontem a questão continuava em aberto. O aumento proposto pelo Governo está, também, longe dos 5% defendidos pela Frente Comum, que no final do encontro com o secretário de Estado do Orçamento, Emanuel dos Santos, acusou o Executivo de "continuar a retirar direitos aos trabalhadores da Função Pública". Ana Avoila, da Frente Comum, criticou ainda o facto de os descontos para a ADSE dos reformados do sector continuarem a incidir sobre os subsídios de férias e Natal, situação que os sindicatos queriam alterar.
Segundo o secretário de Estado, os descontos sobre os 13.º e 14.º meses vão manter-se para os reformados que recebam mais de 611 euros e alargar-se aos funcionários que entrem para a Função Pública a partir de Janeiro.
O último sindicato a reunir com o Governo, o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), defendeu que não se negoceia aumentos há três anos. Bettencourt Picanço criticou o Executivo por não alterar a proposta salarial, apesar do STE ter baixado a sua proposta de 4% para 3,5%.
O Governo alterou apenas o valor do subsídio de refeição, para 4,27 euros, mais quatro cêntimos do que a proposta inicial.