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Intervenção da “troika” agravou a pobreza infantil e criou novos pobres. Cáritas pede abrandamento das medidas de austeridade
A Cáritas apresenta esta quarta-feira o relatório sobre “O impacto da crise europeia". De acordo com o documento, a crise que o velho continente atravessa criou novos pobres e agravou o fenómeno da pobreza infantil.
O documento destaca as graves consequências das medidas de austeridade nos países sob ajustamento financeiro, como Portugal. Nesse âmbito, pedem uma revisão da estratégia.
“As medidas de austeridade impostas aos países devem ser abrandadas”, refere José Cordeiro, da Cáritas Portuguesa. “A receita que nos estão a aplicar não é uma receita fiável para a coesão social e para mantermos um Estado minimamente saudável”, acrescenta.
O relatório já foi divulgado publicamente em Dublin e em Bruxelas e também já foi entregue aos elementos da “troika” que se encontram em Portugal.
Segundo a Cáritas quase um terço das crianças portuguesas, gregas, italianas, espanholas e irlandesas estão no limiar da pobreza. No nosso país, há oito anos que a taxa de pobreza infantil ultrapassa a média europeia, tendo-se fixado nos 22,4% cento em 2011.
“Muitos dos problemas que afectam a pobreza infantil advêm não da questão da pobreza infantil, ela própria, mas porque afectou também as famílias, como resultado da situação da sua própria família. Agregados familiares com algum rendimento por via do trabalho tiveram um corte enorme, e os casos gravosos em que ambos os cônjuges estão em situação de desemprego, explica José Cordeiro.