Por Leonor Paiva Watson, in Jornal de Notícias
Há 13 anos que Daniel Cotrim trabalha com vítimas de violência. É preciso rigor, humor e flexibilidade, diz. Com o tempo desenvolve-se a intuição, garante. É preciso ainda estar atento aos sinais dos tempos. E esses dizem-nos, por exemplo, que em tempos de crise as vítimas têm mais dificuldade em libertar-se do agressor e que o sistema está saturado. A crise em que o país está mergulhado aumenta os números da violência? Altera comportamentos?
Altera comportamentos, mas não há uma correlação direta entre a crise e a violência. O que a crise traz é mais medo a quem já é vítima. A vítima sente que não pode sair do ambiente opressivo em que vive: porque não arranjará emprego, não arranjará casa, enfim, não arranjará forma de autonomizar-se. Logo, fica onde está.
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