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Há mais pessoas em risco de pobreza ou exclusão social e 10% da população vive com "insuficiência de espaço habitacional".
Cerca de 2,3 milhões de portugueses viviam em privação material no ano passado e 900 mil viviam em privação material severa, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. Contas feitas, representam cerca de 30% da população. O número de pessoas afectadas por estas dificuldades subiu entre 2011 e 2012.
São nove os itens que medem a privação material: "sem capacidade para assegurar o pagamento imediato de uma despesa inesperada próxima do valor mensal da linha de pobreza (sem recorrer a empréstimo); sem capacidade para pagar uma semana de férias, por ano, fora de casa, suportanto a despesa de alojamento e viagem para todos os membros do agregado; atraso, motivado por dificuldades económicas, em algum dos pagamentos regulares relativos a rendas, prestações de crédito ou despesas correntes da residência principal, ou outras despesas não relacionadas com a residência principal; sem capacidade financeira para ter uma refeição de carne ou de peixe (ou equivalente vegetariano) pelo menos de dois em dois dias; sem capacidade financeira para manter a casa adequadamente aquecida; sem disponibilidade de máquina de lavar roupa por dificuldades económicas; sem disponibilidade de televisão a cores por dificuldades económicas; sem disponibildiade de telefone fixo ou telemóvel, por dificuldades económicas; sem disponibildiade de automóvel (ligeiro de passageiros ou misto) por dificuldades económicas".
De acordo com a metodologia utlizada, vive em privação material quem é afectado por pelo menos três das dificuldades descritas, ao passo que há privação material severa quando se verificam pelo menos quatro das nove dificuldades.
Em 2011, o inquérito às condições de vida e rendimento das famílias do INE indica que 20,9% dos 10,56 milhões de portugueses (números do último Censos) viviam em privação material, tendo subido para 21,8% no ano passado. Quando à privação material severa, subiu de 8,3% para 8,6%.
Por outro lado, a proporção da população em risco de pobreza ou exclusão social "era de 25,3%" em 2012, "constatando-se um aumento de quase um ponto percentual face ao valor de 24,4% no ano anterior".
Ainda segundo o trabalho do INE, 10% dos portugueses viviam com "insuficiência de espaço habitacional" e 4,3% da população confrontou-se com "condições severas de privação habitacional", como más instalações de higiene, luz natural insuficiente ou problemas de humidade do alojamento.
O inquérito acrescenta que 8,3% da população vivia em agregados com sobrecarga das despesas em habitação, definida por situações em que o rácio entre as despesas anuais com a habitação e o rendimento disponível (deduzidas as transferências sociais relativas à habitação) é superior a 40%.