por Cristina Nascimento, in RR
Ainda assim, há um dado positivo a reter nas comparações homólogas entre trimestres.
No final do primeiro trimestre de 2012 estavam empregadas em Portugal quase 4,7 milhões de pessoas. O ano de 2013 fechou com menos 100 mil pessoas empregadas. Os dados foram divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Ainda assim, há um dado positivo a reter quando se parte para as comparações homólogas entre trimestres. Pela primeira vez em dois anos, há um período mais positivo que o homólogo: no quarto trimestre de 2013 havia mais 30 mil pessoas empregadas que em igual fase do ano anterior.
Este "aumento homólogo veio interromper o período de quase dois anos de decréscimos sucessivos da população empregada", escreve o INE na informação que divulgou à comunicação social.
O presidente do Conselho Económico e Social (CES) e antigo ministro do Emprego, Silva Peneda, não entra em euforias, mas refere à Renascença que o aumento homólogo "permite algum tipo de esperança".
No entanto, e mais do que esmiuçar os números do emprego e desemprego, o presidente do CES mostra-se preocupado com a falta de respostas políticas.
"É preciso não perder a questão de fundo. Esta crise veio demonstrar que o modelo económico que vigorou até 2011 está esgotado. Aquele modelo que existia baseado na construção civil, no imobiliário, no consumo com ilusão de crédito fácil, pertence ao passado e não volta mais. Criar um novo modelo é uma coisa que leva tempo - não é um programa da 'troika' de dois anos que consegue alterar esta situação", sustenta Silva Peneda.
O presidente do CES defende uma acção política concertada que responda a três frentes: "ponha a economia crescer, mantenha as contas públicas equilibradas e avance com a reforma do Estado". "Sem atacar estes vectores de uma forma coordenada, é muito difícil que se possa esperar que a taxa de desemprego possa baixar de uma forma significativa."