5.8.14

Desemprego acentua tendência descendente e cai para 13,9%

Sérgio Aníbal, in Público on-line

A tendência de recuperação do mercado de trabalho em Portugal acentuou-se durante o segundo trimestre deste ano, com a descida da taxa de desemprego para 13,9%, anunciou nesta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este resultado representa uma melhoria de 1,2 pontos percentuais face aos primeiros meses do ano, um período em que a taxa de desemprego se cifrou em 15,1%. O segundo trimestre de cada ano costuma ser tradicionalmente uma fase de descida do desemprego, devido à criação momentânea de postos de trabalho de carácter sazonal, especialmente nos sectores do turismo e da restauração.

No entanto, ao observar a evolução da taxa de desemprego face ao mesmo período do ano passado (retirando assim os factores sazonais), é também evidente uma melhoria significativa dos indicadores do mercado de trabalho. A taxa de desemprego caiu, em termos homólogos, 2,5 pontos percentuais, de 16,4% para 13,9%.

Esta descida da taxa de desemprego face ao mesmo período do ano passado ocorreu por causa do “desaparecimento” de 137,4 mil desempregados. Neste momento, o INE contabiliza a existência de 728,9 mil pessoas que se declaram activas e à procura de um posto de trabalho, mas que não encontram emprego. Face ao primeiro trimestre deste ano, a redução do número de desempregados foi de 59,2 mil pessoas.

No entanto, de novo em comparação com o mesmo período do ano passado, nem toda a diminuição de desempregados se deveu à criação de empregos em Portugal. De acordo com os dados do INE, nos últimos 12 meses criaram-se 90 mil empregos em Portugal.

A diferença entre estes 90 mil empregos criados e a diminuição de 137,4 mil desempregados deve-se à passagem de parte da população para a inactividade ou à diminuição da população em geral, seja pela deterioração do saldo entre nascimentos e mortes, seja pela deterioração do saldo migratório. Neste período, a população total estimada pelo INE diminuiu em 62,8 mil pessoas.

Novo empregos nos serviços e para licenciados

Por sectores, o aumento do número de empregos face ao que acontecia no ano passado ocorreu especialmente nos serviços. De acordo com o INE, neste sector criaram-se no último ano 144,1 mil empregos. Um valor muito mais alto do que o registado na indústria, onde se ganharam 20,6 mil empregos. No sentido inverso estiveram os postos de trabalho existentes na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, que registaram uma descida de 55,8 mil.

A maior parte dos novos empregados têm um nível de escolaridade elevado. No último ano, passou a haver mais 155,3 mil licenciados entre os empregados. Em sentido contrário, diminuiu o número de empregados que contam com uma escolaridade apenas até ao 3º ciclo. Passou a haver também mais 81,7 empregados com o ensino secundário.

Ainda assim, apesar destes números, a taxa de desemprego entre os jovens com idades entre os 15 e os 24, continua a níveis elevados, nos 36,6%, o que compara com 37,5% no primeiro trimestre deste ano e com 37,4% no segundo trimestre de 2013.

A taxa de desemprego de longa duração (pessoas desempregadas há mais de um ano) desceu de forma mais lenta do que a taxa de desemprego total. Caiu de 9,6% no primeiro trimestre do ano para 9,4% no segundo trimestre. No mesmo período do ano passado, estava em 10,1%.

Assim, a percentagem de desempregados que se encontram nesta situação há pelos menos um ano passou de 61,5% no segundo trimestre de 2013 para 67,6% no segundo trimestre deste ano.