Raquel Albuquerque, in Expresso
Quase todos os portugueses (96%) reconhecem a importância de ajudar os países em vias de desenvolvimento e mais de três quartos (77%) consideram que o combate à pobreza nestes países deve ser uma das principais prioridades da União Europeia (UE). Segundo o Eurobarómetro sobre a cooperação para o desenvolvimento, divulgado esta quarta-feira pela Comissão Europeia, Portugal é dos países com uma atitude mais positiva a esta cooperação.
O inquérito europeu conclui ainda que quase dois terços (64%) dos portugueses admitem que o combate à pobreza nestes países deve ser uma prioridade do Governo português. E são mais os que agora defendem esta posição do que os 52% que estava de acordo com esta ideia em 2018, segundo o Eurobarómetro anterior.
Menos de um terço dos cidadãos da Estónia, Letónia e Lituânia defendem que essa deva ser uma prioridade dos seus governos nacionais. Contudo, conclui o Eurobarómetro, a maioria dos cidadãos europeus reconhece a importância da cooperação para o apoio dos países em desenvolvimento.
Menos pobreza, logo menos migrações e desigualdades
O inquérito realizado em junho deste ano concluiu ainda que a esmagadora maioria dos portugueses (82%) acredita que o apoio financeiro aos países menos desenvolvidos contribui para um mundo “mais pacífico e mais justo”, além de ser uma forma eficaz de combater as migrações irregulares ou reduzir as desigualdades (83%).
O impacto positivo nas migrações e desigualdades é reconhecido por mais de sete em cada dez cidadãos europeus, mostram os resultados globais deste Eurobarómetro.
Portugal é o país onde mais pessoas (94%) acham que as empresas privadas devem ter um papel importante no desenvolvimento sustentável dos países em vias de desenvolvimento, que o combate à pobreza é do próprio interesse da UE (91%) e que pode reforçar a influência da Europa no mundo (84%).
Também acima da média da UE (75%) ficam os 83% de portugueses que defendem que a UE deve reforçar a sua parceria com países africanos, aumentando os investimentos financeiros.
Mais positivo do que Portugal só mesmo o Chipre. E no extremo oposto, com uma atitude muito mais fechada e contrária a esta cooperação, ficam países como a Bulgária, República Checa, Estónia, Eslováquia ou Roménia.